Vou pra encontrar você,
Mas não encontro mais.
Vou atrás de você
Com seu aspecto claro em mim,
Mas você some na multidão.
Olho em todos os lugares
(Pa-ci-en-te-men-te),
Mas não acho quem deixei.
E nem sei o que perdi
Até aqui.
Sigo cauteloso
E aflito,
Olhando para todos os lados,
Buscando desesperado.
Mas nada de você!
Corro,
Suo,
Abaixo,
Canso...
E paro.
Apóio as mãos na cabeça,
Levanto os olhos para o meu céu
E grito desesperadamente,
Buscando meu chão.
Grito sem saber pra quem,
Sem encontrar ninguém.
E sem me encontrar também.
Então, resolvo perguntar
Se alguém pode me ajudar:
"Você viu...?";
"Ei, você sabe...?"
Mas ninguém me atende,
Ninguém me entende:
"Sinto muito, não posso ajudá-lo!";
"Sou novo aqui!";
"Não sou daqui!"
Vê-se!
E continuam seus passos apressados,
Correndo pra algum lugar
Onde possam se encontrar.
Sem notar que o desprezo que trazem
É que faz com que as coisas se acabem.
É difícil mesmo reconhecer
Quem não se conhece!
Ah, Macaé,
Por onde anda você?
Por que foge de mim?
Pra onde foi tua beleza?
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Imagem: Macaé de antigamente. Macahé, como se escrevia até o início do século XX. Saudades!