Nunca fomos nós,
Atados desde que nos vimos.
E, no entanto, precisamos de tantas ataduras
Para tantas fraturas...
Pouco estivemos sós,
E a multidão sempre me assustou.
Mas o que se passa em você,
É bem diferente em mim:
Você quer passarinho na gaiola.
E eu, fora.
Você o quer enjaulado pra poder cuidar,
Alimentar a dependência de você
E reforçar sua incapacidade de voar.
Já eu quero ver voar...
Sem se importar com o alpiste na cumbuca
Ou os piolhos nas cabeças.
Mãe Natureza tudo dá,
Problemas e soluções.
Mesmo a quem não merece.
E é aí que me fio,
Que me enfio no meu ninho.
E quem olha (me) acha estranho.
Mas não dou um pio.
E só canto no meu canto.