27/02/2009

Já morreu

Ele já morreu
E esqueceu de deitar.
Ele é muito magro.
É uma vara de pescar.

Ele mata aula
Sem necessidade,
Pois é inteligente.
Ele é um imbecil!

Ao retirar-se
Como umm bicho do mato
Os seus amigos
Gritam aleluia!
Aleluia! Aleluia!
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Letra feita em parceria com o grande amigo Cristiano Barros Rangel (Rato) para homenagear um colega de classe do ensino médio, Elton Siqueira de Carvalho, que na época atendia pela alcunha de "Já Morreu", de tão magro que era. Saudades daquele tempo em Campos dos Goytacazes/RJ em que relógio era apenas enfeite de braço.

26/02/2009

Por quê Pagar?

Fui julgado pela polícia,
Fui liberto pelos ladrões.
Só não tenho pila
Pra pagar a luz.
Mas se eu não tenho nada,
Nem onde morar.
Por quê então pagar?
Por quê então pagar?
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Letra feita e cantada em parceira com meu primo Fábio Edval Reid Fernandes (Didi) em algum dia de 1992.

25/02/2009

Agente Laranja

Agente Laranja.
Agente Laranja.
Tente escapar
Desse espião.
Ele te pega andando
Ou deitado no colchão.

Agente Laranja.
Agente Laranja.
Ele é astuto
E é persistente.
Destrói os corações
E dilacera a sua mente.

Agente Laranja.

Agente Laranja.
É um herbicida

Que mata e deforma a vida.
Fica de olho sim!
Pois deixaram por aí!

Agente Laranja.
Agente Laranja.
Tente resistir
A esse pesticida
O Vietnam
Perdeu a sua vida.

Agente Laranja.
Agente Laranja.
Desfigura até a alma.
E a Mãe Santa
Inda nos pede calma!

Agente Laranja.
Agente Laranja.
Câncer geral
Em toda uma nação.
Violação.
Destruição.
Cadê os direitos do cidadão?
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Música escrita quando eu tinha 17 anos, em algum dia do ano de 1991.

24/02/2009

Amor no Caos!

Até o início da década de 1990 estava, junto com uns amigos, às voltas com a música e o ideário punk. Produzíamos fanzines em papel com temática política anarquista e ouvíamos músicas punk e hardcore praticamente o dia todo. Era nossa trilha sonoro existencial, acompanhando a tendência de atomização do indivíduo produzida pelo caos urbano das grandes cidades, apesar de morarmos em cidade de interior. Naquela época escrevíamos algumas letras de músicas e gravávamos algumas dessas músicas em fitas k7, tocando em "estúdio" improvisado no quarto de alguém. Para desespero dos vizinhos. Alguns desses arremedos de letras e de músicas sobreviveram aos anos e estão dispersos em fragmentos amarrotados e rabiscados de papel que se amontoam numa velha pasta azul e em velhas fitas k7, recentemente encontradas e transformadas em CD para melhor preservação do áudio. O som era é tão cru quanto nossa formação musical e o clima era de pura descontração. Liberdade e contestação típicas da adolescência. Para não deixar morrer a memória daquele contexto, vou publicar algumas letras e textos produzidos por aquela garotada. Naquela época as abordagens das letras transitavam predominantemente entre nacionalismo e anarquismo, mas não é raro encontrar também críticas à sociedade de consumo ou à erotização da adolescência e juventude. Publicar os textos daquele época talvez seja interessante também para compara-los com os escritos mais recentes e estabelecer pontos de conexão e ruptura entre esses momentos históricos distintos. Mas não há dúvida de que aquele período exerceu certa influência em minha trajetória acadêmica, particularmente em minha opção pelas Ciências Sociais.
Começo com a letra da música Amor no Caos, escrita no início dos anos 90.

Em cada casa
Caos!
Pelas ruas
Caos!
Pelas cidades
Caos!
No coração
Amor ao Brasil
No caos!
Amor no Caos!
Amor no Caos!
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Letra escrita em algum dia de 1991.