Vamos rasgar com as mãos a seda
Javanesa.
Vamos partir o vidro,
Amigo.
E pisar os cacos,
Sem sapatos.
Será nossa diversão,
Uma nova obsessão.
E os restos de panos rotos,
Secarão nossos rostos
Suados.
Mas nossos pés continuarão
Sangrando,
Enquanto estivermos caminhando.
E nunca vamos parar
De sonhar:
Eis o salto,
Alto,
De fé.
31/08/2013
30/08/2013
Botões da morte anunciada
Ela tentou enlaçá-lo,
Mas só conseguiu afugentá-lo.
E ele nem disse adeus.
Seguiu só com os seus
Botões,
Futuros grilhões
Da liberdade.
Mas só conseguiu afugentá-lo.
E ele nem disse adeus.
Seguiu só com os seus
Botões,
Futuros grilhões
Da liberdade.
29/08/2013
28/08/2013
O abalo da expectativa em si
Sou o silêncio.
Em mim encontro paz
E acho graça.
Nada parece me abalar mais
Que seu murmúrio
E uma expectativa apertada,
Controlada.
Em mim encontro paz
E acho graça.
Nada parece me abalar mais
Que seu murmúrio
E uma expectativa apertada,
Controlada.
27/08/2013
Presente é um futuro amarrotado, pronto para ser passado
Vai sofrer quem não entender
Que a vida é só
Viver.
E que o futuro é viajar
Para um lugar em que falte ar
E cordas.
Passou!
E, no entanto, nunca haverá passado
Para uma mente contente
Pelas experiências vividas.
Eis o segredo da vida!
Que a vida é só
Viver.
E que o futuro é viajar
Para um lugar em que falte ar
E cordas.
Passou!
E, no entanto, nunca haverá passado
Para uma mente contente
Pelas experiências vividas.
Eis o segredo da vida!
26/08/2013
O tempo parado no mesmo lugar, no olhar
Não quero seu carinho,
Nem seu beijinho.
Quero o furacão que nos rodeia,
O frio que não cabe na barriga
E o calor que nos consome
Quando nos olhamos.
Nem seu beijinho.
Quero o furacão que nos rodeia,
O frio que não cabe na barriga
E o calor que nos consome
Quando nos olhamos.
25/08/2013
Poesia desconstrutivista de uma natureza morta
Já fui Flamengo,
Já fui crente,
Já fui bom moço,
Já fui virgem,
Já fui criança...
Só não fui sincero.
Então, releia(-me)!
Já fui crente,
Já fui bom moço,
Já fui virgem,
Já fui criança...
Só não fui sincero.
Então, releia(-me)!
24/08/2013
Sonhos podem ser vividos. E abrir os olhos podem dissipá-los.
Sonhos são como balõezinhos de fumaça,
Servem para entorpecer.
Mas se você tentar prende-los,
Na realidade vai se dissipar.
Sou seu sonho mais gostoso
Porque sou o mais gasoso:
Etéreo,
Como devo ser.
E consumo sua razão.
Servem para entorpecer.
Mas se você tentar prende-los,
Na realidade vai se dissipar.
Sou seu sonho mais gostoso
Porque sou o mais gasoso:
Etéreo,
Como devo ser.
E consumo sua razão.
23/08/2013
Nu poético
Há poesias por todos os lados.
Basta procurar.
Quem vive de poesias
Sabe olhar.
Não consegue escondê-las
Em um só lugar.
Há poesias espalhadas por aí.
Há poesias em mim
E em seu corpo nu.
Basta procurar.
Quem vive de poesias
Sabe olhar.
Não consegue escondê-las
Em um só lugar.
Há poesias espalhadas por aí.
Há poesias em mim
E em seu corpo nu.
22/08/2013
Somente quem não tem idade conhece a verdade mas não a liberdade
Preciso saber a verdade.
Só saber.
E brindar à beleza errante da vida
Vivida.
Sem pretensão
De verdade,
Sem falsas expectativas.
Maturidade!
Liberdade!
Só saber.
E brindar à beleza errante da vida
Vivida.
Sem pretensão
De verdade,
Sem falsas expectativas.
Maturidade!
Liberdade!
21/08/2013
Amor (in)seguro contente
Mais forte que meu amor limitado
É minha odiosa indiferença.
Não gosto de ser contado,
Gosto de ser coitado.
Porque não preciso de seguro
Para viver minha insegurança
Constante,
Contente.
É minha odiosa indiferença.
Não gosto de ser contado,
Gosto de ser coitado.
Porque não preciso de seguro
Para viver minha insegurança
Constante,
Contente.
20/08/2013
Não há diferenças entre morrer e matar
Vou morrer só
E ver o tempo que passou
Sem sair da casa
Dos trinta.
A vida está no fim
E o medo não
Parece me temer.
Sei ganhar e sei perder.
Mas morrer...
É todo dia.
E depois que me for,
Quero que me mate com dor,
Mas sem parar,
Sem se culpar.
Porque ninguém é livre até que consiga matar quem mete medo.
Vou em paz,
Você sabe o que faz
(A diferença)!
E ver o tempo que passou
Sem sair da casa
Dos trinta.
A vida está no fim
E o medo não
Parece me temer.
Sei ganhar e sei perder.
Mas morrer...
É todo dia.
E depois que me for,
Quero que me mate com dor,
Mas sem parar,
Sem se culpar.
Porque ninguém é livre até que consiga matar quem mete medo.
Vou em paz,
Você sabe o que faz
(A diferença)!
19/08/2013
Sensibilidades afloradas
Sábado,
Noite alta.
Lá vem o domingo,
Com seu sorriso de lado,
Cansado.
E o dia será quente
Pra gente!
Não há caminhos limpos
E sigo sujo com você.
Mas se quiser sair da estrada,
E tomar um banho de verdade,
Estará apoiada.
Espero você se lavar,
Espero você voltar,
Para meter
O pé na estrada
Atrás de você.
Noite alta.
Lá vem o domingo,
Com seu sorriso de lado,
Cansado.
E o dia será quente
Pra gente!
Não há caminhos limpos
E sigo sujo com você.
Mas se quiser sair da estrada,
E tomar um banho de verdade,
Estará apoiada.
Espero você se lavar,
Espero você voltar,
Para meter
O pé na estrada
Atrás de você.
18/08/2013
Não se afobe, não se dobre!
Não se corte.
Não se importe,
Comigo não!
Consigo ser
O que não se vê.
Não se perca
Atrás de mim.
Saudades tem
Quem não tem.
Porque quem tem,
Só consome.
E fim.
Enfim,
Vivamos
(Com sumidos)!
Não se importe,
Comigo não!
Consigo ser
O que não se vê.
Não se perca
Atrás de mim.
Saudades tem
Quem não tem.
Porque quem tem,
Só consome.
E fim.
Enfim,
Vivamos
(Com sumidos)!
17/08/2013
Fim do dia
O dia acabou
E você não veio.
Sou mais feliz que ontem.
Mesmo não tendo paz.
E meu sol se renova a cada dia,
Iluminando minha vida
E fortalecendo meu couro cabeludo.
E você não veio.
Sou mais feliz que ontem.
Mesmo não tendo paz.
E meu sol se renova a cada dia,
Iluminando minha vida
E fortalecendo meu couro cabeludo.
16/08/2013
Censuras(-me)!
Tenho tantos sentimentos
E censuras,
Por que não?
Não caibo em tua grade,
Em tua rede
(De proteção)?
E censuras,
Por que não?
Não caibo em tua grade,
Em tua rede
(De proteção)?
15/08/2013
14/08/2013
Autoaprendizagem
Quando passar a ira,
Ara!
Revolve a terra
E recomeça a plantar.
Mas vai devagar
Para não assustar a criança que vive em você,
Para sentir o peso do tempo escorrer,
Ver seu fruto amadurecer.
Rega com lágrimas o seu chão.
E quem sabe não colherá a tão sonhada ilusão?
Porque viver de verdade
Não é para qualquer um,
Tem que saber perder,
Saber podar(-se).
Porque se a lua não ajudar,
Se o sol castigar
E a chuva não nos molhar,
Tudo será em vão.
E recomeçar será nosso fim!
Ara!
Revolve a terra
E recomeça a plantar.
Mas vai devagar
Para não assustar a criança que vive em você,
Para sentir o peso do tempo escorrer,
Ver seu fruto amadurecer.
Rega com lágrimas o seu chão.
E quem sabe não colherá a tão sonhada ilusão?
Porque viver de verdade
Não é para qualquer um,
Tem que saber perder,
Saber podar(-se).
Porque se a lua não ajudar,
Se o sol castigar
E a chuva não nos molhar,
Tudo será em vão.
E recomeçar será nosso fim!
13/08/2013
Nas correntes
Sobe minha escada apagada
E desce com cara de pau
De arara
E depois passo mal:
São dores nas costas
E mãos postas;
Rezando sem ajoelhar
Para ela voltar:
Ah, Libertina,
Minha menina!
Quero me apanhar em você
E gemer sem perder
Esperança!
Sou o nego açoitado
Querendo ser coitado
Até ficar estirado.
Mas vivo jogado,
Para lá e para cá,
Sofrendo nas correntes (de ar)
Que não leva o meu amor.
Mas não tenho mais tempo
De viver esse vento
De brisa nenhuma que trago no peito
E na raça,
Na roça...
E desce com cara de pau
De arara
E depois passo mal:
São dores nas costas
E mãos postas;
Rezando sem ajoelhar
Para ela voltar:
Ah, Libertina,
Minha menina!
Quero me apanhar em você
E gemer sem perder
Esperança!
Sou o nego açoitado
Querendo ser coitado
Até ficar estirado.
Mas vivo jogado,
Para lá e para cá,
Sofrendo nas correntes (de ar)
Que não leva o meu amor.
Mas não tenho mais tempo
De viver esse vento
De brisa nenhuma que trago no peito
E na raça,
Na roça...
10/08/2013
Imperfeições retas e diretas de uma verdadeira personalidade falsa
Gosto dos furos
Da sua perna.
Gosto do volume
Das suas coxas.
Gosto da forma
Da sua boca.
Gosto da textura
Da sua pele.
Gosto da franqueza
Do seu sorriso.
E da rigidez
Do seu caráter.
Tudo junto é meu
Fim.
---------------------------------------------------------------------------------
Os "defeitos" estão na coisa observada ou no olhar?
Prefiro acreditar que não há
O que retocar.
Não há o que retrucar,
Que cada um tem o que é.
Da sua perna.
Gosto do volume
Das suas coxas.
Gosto da forma
Da sua boca.
Gosto da textura
Da sua pele.
Gosto da franqueza
Do seu sorriso.
E da rigidez
Do seu caráter.
Tudo junto é meu
Fim.
---------------------------------------------------------------------------------
Os "defeitos" estão na coisa observada ou no olhar?
Prefiro acreditar que não há
O que retocar.
Não há o que retrucar,
Que cada um tem o que é.
09/08/2013
Minha poesia nua
Vejo suas marcas
E não consigo não pensar
No que há de nós,
No que há entre nós.
Que mistérios cultivados
Em nós
Fazem as diferenças se entenderem,
Se estenderem,
Se amarem?!...
E sinto muito
O que não sei dizer,
O que não há palavras,
Nem limites.
Somos o gozo
Desequilibrado
De razões débeis
E carentes.
Somos o fim do medo,
O início do voo,
Aquele frio na barriga.
O amor trêmulo,
De carnes fracas,
Em uma alma só.
E não consigo não pensar
No que há de nós,
No que há entre nós.
Que mistérios cultivados
Em nós
Fazem as diferenças se entenderem,
Se estenderem,
Se amarem?!...
E sinto muito
O que não sei dizer,
O que não há palavras,
Nem limites.
Somos o gozo
Desequilibrado
De razões débeis
E carentes.
Somos o fim do medo,
O início do voo,
Aquele frio na barriga.
O amor trêmulo,
De carnes fracas,
Em uma alma só.
08/08/2013
07/08/2013
Promessas impossíveis e razões improváveis
Da poesia,
Da companhia.
E quando não me alcanço,
Não consigo alcançá-la,
Acompanhá-la,
Não dou conta de mim!
06/08/2013
05/08/2013
Malandragem
Você pede par
E eu, ímpar,
Espero você botar.
E boto tudo
A perder.
Porque não quero ganhar,
Para não precisar carregar
O que não aguento mais.
Mas gargalho com o mal que me espreita,
Achando lindo o tombo tomado,
O dinheiro roubado,
E a calcinha estreita.
E eu, ímpar,
Espero você botar.
E boto tudo
A perder.
Porque não quero ganhar,
Para não precisar carregar
O que não aguento mais.
Mas gargalho com o mal que me espreita,
Achando lindo o tombo tomado,
O dinheiro roubado,
E a calcinha estreita.
04/08/2013
Cansaço
Não há maldizer que me desatine mais que não ser,
Ou ser sem saber,
O que se foi.
Cansaço tem me dado
Trabalho
Até a morte.
Ou ser sem saber,
O que se foi.
Cansaço tem me dado
Trabalho
Até a morte.
03/08/2013
Poesia para regar o concreto
Minha poesia só nasce da escassez.
E se me der tudo (na telha) de uma vez,
Não terei pena,
Minha tinta secará.
Abundância só me traz melancolia.
E você,
Saudade!
E se me der tudo (na telha) de uma vez,
Não terei pena,
Minha tinta secará.
Abundância só me traz melancolia.
E você,
Saudade!
02/08/2013
O demônio do artista é sua arte
Sou um artista desmoralizado
Até a alma,
Desalmado.
E não há inferno que me caiba.
Encarno o meu mal melhor,
Para você sair rindo.
E voltar.
Deixo para trás
O próprio satanás.
Porque ele não tem senso de humor,
Vive no terror
De um mal maior,
Que não chega a se realizar.
Mas que se realiza sem chegar.
Já eu vivo sem fé
No que virá.
Mas cheio de fé
Naquilo que é,
Sem idealizar.
E sigo assobiando.
Porque sou um artista debochado.
Apenas um artista só,
Como todos os demais.
Até a alma,
Desalmado.
E não há inferno que me caiba.
Encarno o meu mal melhor,
Para você sair rindo.
E voltar.
Deixo para trás
O próprio satanás.
Porque ele não tem senso de humor,
Vive no terror
De um mal maior,
Que não chega a se realizar.
Mas que se realiza sem chegar.
Já eu vivo sem fé
No que virá.
Mas cheio de fé
Naquilo que é,
Sem idealizar.
E sigo assobiando.
Porque sou um artista debochado.
Apenas um artista só,
Como todos os demais.