26/12/2009

Poesia pra viver


Queria viver de fazer poesia.
Alguém quer financiar esse meu projeto?
Só não espere retorno financeiro.
Queria viver de fazer poesia,
Não necessariamente de escrevê-las,
Nem de publicá-las.
Não é pra ganhar dinheiro,
Mas pra um viver prazenteiro.
Fazer poesia é pra mim uma constante.
Não precisa ter rima,
Pode ser dissonante.
Não precisa ter esperança,
Pode ser de desconfiança.
Mas tem que ser poesia,
Expressão de uma vida aflita,
Mas que em tudo vê a Lira.

25/12/2009

Sistema prisional é tapete social


Queria soltar os presos.
Afinal, é Natal!
Tenho vontade de soltar os presos.
Mas o que seria de nós?
Como conviver com o lixo cotidianamente?
Quanto mal estar!
Quanto mau cheiro!
Como viver numa casa sem tapete,
Sem onde esconder os detritos?
É melhor manter os presídios,
Nosso tapete social.

24/12/2009

Eu preciso ir embora

Queria curtir o momento
Com sentimento.
Mas sem grude,
Sem grilo.
Só um instante:
Guardado na memória,
Sem arranhões,
Sem culpa,
Para sempre.
Como mágica (ou bruxaria).
Queria fazer uma obra capaz de durar.
Uma ponte (que reduza pela metade a distância)
Dura.
Ela é dura.
(She is heavy)
E eu, Duro.
Porque homens não choram,
Nem brincam de boneca.
Cada momento um presente
E uma esperança.
Nada se esvai,
Nem seu cabelo.
E o presente não passa
Na minha cabeça.
E eu fico meio vermelho,
Como a bandeira da Polônia.
Eu preciso ir embora.