Seu problema é só um:
Eu.
Não sou mais
Eu
Sou mais
Você.
Sempre
Fui!
30/09/2011
29/09/2011
Espaço é bom gosto!
Preciso de espaço amplo,
Pé direito alto.
Não sei viver apertado,
Encurralado
Escapo.
E quando encontrar alguém
Quero dizer adeus.
Nunca falta casa,
Nem abrigo
Esperanças malditas
Que comem tudo
Que como.
Você me fez ver.
:) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :)
Foto de um dos ambientes do estúdio do grande arquiteto italiano Achille Castiglioni (1918-2002)
Pé direito alto.
Não sei viver apertado,
Encurralado
Escapo.
E quando encontrar alguém
Quero dizer adeus.
Nunca falta casa,
Nem abrigo
Esperanças malditas
Que comem tudo
Que como.
Você me fez ver.
:) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :)
Foto de um dos ambientes do estúdio do grande arquiteto italiano Achille Castiglioni (1918-2002)
28/09/2011
Respeito é bom gosto!
Respeito meus peitos e seus desejos.
E nada mais
Que você
Vive aqui!
§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§
A gravidez como o momento mágico do nascimento de um outro no outro. Não é só carregar o outro, mas carregar um outro, outros. A pressão sobre um outro que ainda não nasceu não é apenas a pressão do líquuido em que o feto se encontra imerso na barriga, mas uma pressão do tamanho do mundo inteiro sobre ele(a)s: as expectativas do mundo circundante, circulante. E os peitos da mulher são a marca de um novo tempo em que sofrerá também a pressão masculina de dividir-se (em quantas forem necessárias) para atender seus múltiplos papéis: desejáveis e necessários. A gente costuma dizer: "respeito é bom e eu gosto!" Mas quem não gosta? Então, já que todos gostam de respeito, vamos suprimir o que é comum e refazer a frase pronta: "Respeito é bome eu gosto!" Tem gosto de maternidade: aprender a conviver com seus inúmeros papéis, e com tantos outros diferentes de si e em si. Salve o respeito! Por uma questão de bom gosto.
E nada mais
Que você
Vive aqui!
§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§
A gravidez como o momento mágico do nascimento de um outro no outro. Não é só carregar o outro, mas carregar um outro, outros. A pressão sobre um outro que ainda não nasceu não é apenas a pressão do líquuido em que o feto se encontra imerso na barriga, mas uma pressão do tamanho do mundo inteiro sobre ele(a)s: as expectativas do mundo circundante, circulante. E os peitos da mulher são a marca de um novo tempo em que sofrerá também a pressão masculina de dividir-se (em quantas forem necessárias) para atender seus múltiplos papéis: desejáveis e necessários. A gente costuma dizer: "respeito é bom e eu gosto!" Mas quem não gosta? Então, já que todos gostam de respeito, vamos suprimir o que é comum e refazer a frase pronta: "Respeito é bom
27/09/2011
Apagão
Estou sem energia,
Sem luz,
Em plena luz do dia.
E pra pagar a conta
É preciso gastar energia.
Apague a luz do dia,
Que vou apagar!
Sem luz,
Em plena luz do dia.
E pra pagar a conta
É preciso gastar energia.
Apague a luz do dia,
Que vou apagar!
26/09/2011
25/09/2011
Liberdade pra lembrar/esquecer
Devemos lembrar tudo que quisermos,
Sem podarmos,
Sem pudor;
Ou esquecer tudo,
Se pudermos.
Devemos levar tudo que quisermos;
Ou se deixar levar,
Ser conduzido,
Até num lugar escuro,
(Nada seguro)
Pelas razões do coração.
Podemos errar o passo da dança,
Gargalhar feito criança
E fazer a maior lambança.
Mas há um fogo que não pode apagar:
Não devemos ter medo de apalpar,
De acertar
O ponteiro torto
Do relógio,
Que só incomoda quem tem a vida reta.
Somos loucos de pedra!
E felizes.
Quer mais?
E por que não?
Sem podarmos,
Sem pudor;
Ou esquecer tudo,
Se pudermos.
Devemos levar tudo que quisermos;
Ou se deixar levar,
Ser conduzido,
Até num lugar escuro,
(Nada seguro)
Pelas razões do coração.
Podemos errar o passo da dança,
Gargalhar feito criança
E fazer a maior lambança.
Mas há um fogo que não pode apagar:
Não devemos ter medo de apalpar,
De acertar
O ponteiro torto
Do relógio,
Que só incomoda quem tem a vida reta.
Somos loucos de pedra!
E felizes.
Quer mais?
E por que não?
24/09/2011
Identidade
Não respeito padrões,
Nem patrões.
E meu estado é
Onde cabe meu pé.
Porque minha cabeça não
Cabe
Você
Dizer
O que sou.
________________
Linda foto de indígenas brasileiros tirada pelo antropólogo Claude Levi-Strauss na década de 1930.
Nem patrões.
E meu estado é
Onde cabe meu pé.
Porque minha cabeça não
Cabe
Você
Dizer
O que sou.
________________
Linda foto de indígenas brasileiros tirada pelo antropólogo Claude Levi-Strauss na década de 1930.
23/09/2011
Tento tanto e atento pouco
Fico tentando me distrair
Com o que não me distrai,
Com quem não me diz
Trai!
E a cabeça fica cheia
De sujeiras,
Besteiras...
Sigo em frente
Sem olhar pra frente
E só
Olho pra trás,
Esperando pousar,
Em algum lugar,
E refazer o que não se faz
Com você.
Com o que não me distrai,
Com quem não me diz
Trai!
E a cabeça fica cheia
De sujeiras,
Besteiras...
Sigo em frente
Sem olhar pra frente
E só
Olho pra trás,
Esperando pousar,
Em algum lugar,
E refazer o que não se faz
Com você.
22/09/2011
Caminho das borboletas
Há muitas pegadas,
Deixadas no ar,
Em todo lugar.
Há um caminho desconhecido
De borboletas selvagens,
Instintivas,
Que pousam desconcertadas,
E chupam a seiva da vida,
Para reproduzir a vida.
Pelo vento que sopra,
São levadas!
Deixam suas marcas.
Revoada!
........................................................................................
Poesia criada depois que vi partes de um filme sobre a dança das borboletas na costa da África Oriental: não há razão para elas seguirem seu caminho, mas seguem. Norbert Elias analisa as sociedades humanas também a partir de seu carater instintivo, de como frequentemente realizamos a vida sem planeja-la, sem racionaliza-la. Aí pensei até em outra poesia mais ou menos assim (mas que não quero dar fim):
Nunca é bom ter sempre razão.
Às vezes é bom ficar sem palavras.
É sempre bom admirar uma borboleta a voar.
Mesmo sem razão,
Sem convicção.
Deixadas no ar,
Em todo lugar.
Há um caminho desconhecido
De borboletas selvagens,
Instintivas,
Que pousam desconcertadas,
E chupam a seiva da vida,
Para reproduzir a vida.
Pelo vento que sopra,
São levadas!
Deixam suas marcas.
Revoada!
........................................................................................
Poesia criada depois que vi partes de um filme sobre a dança das borboletas na costa da África Oriental: não há razão para elas seguirem seu caminho, mas seguem. Norbert Elias analisa as sociedades humanas também a partir de seu carater instintivo, de como frequentemente realizamos a vida sem planeja-la, sem racionaliza-la. Aí pensei até em outra poesia mais ou menos assim (mas que não quero dar fim):
Nunca é bom ter sempre razão.
Às vezes é bom ficar sem palavras.
É sempre bom admirar uma borboleta a voar.
Mesmo sem razão,
Sem convicção.
21/09/2011
Do nada ao mito
Você vem sem nada,
Como quem não quer nada,
E tira tudo de mim,
E deita e rola em cima de mim.
E quando acordo do sonho,
Já se foi,
E nem sei se é verdade,
Se há verdade.
Quero voltar a sonhar.
Como quem não quer nada,
E tira tudo de mim,
E deita e rola em cima de mim.
E quando acordo do sonho,
Já se foi,
E nem sei se é verdade,
Se há verdade.
Quero voltar a sonhar.
20/09/2011
19/09/2011
Floresta
A floresta vive.
Só vive.
Vive com sons,
Com cheiros,
Cores...
E só.
Pode parecer pouco,
Mas isso é muito
Mais que eu.
A floresta é uma unidade coletiva
Que só vive.
Como eu mesmo
Até o fim.
Auto-fagia,
Auto-estima,
Sem rima,
Nem graça.
Só vive.
Vive com sons,
Com cheiros,
Cores...
E só.
Pode parecer pouco,
Mas isso é muito
Mais que eu.
A floresta é uma unidade coletiva
Que só vive.
Como eu mesmo
Até o fim.
Auto-fagia,
Auto-estima,
Sem rima,
Nem graça.
18/09/2011
Vem sonhar
Deite sua cabeça no meu travesseiro
E vamos voar juntos,
Vamos sonhar juntos.
Vamos nos encontrar
E nos perder
Em algum lugar,
Entre olhos abertos
E sinais fechados.
Vamos continuar juntos,
Separados pelos desejos
De viver intensamente o que se quer.
Pra poder parar o sonho distante
A qualquer instante.
E colocar o pé no chão
E a cabeça na lua.
Pra tomar um copo d'água,
Pingar um colírio
Ou comer a massa;
Quer dizer,
Pra tomar um colírio,
Pingar a massa
Ou comer um copo d'água;
Ou pra tomar a massa,
Pingar um copo d'água
Ou comer um colírio?
Sei lá!
Quem sabe?
Quem viu?
Quem foi?
Essa nossa distância
Não é física,
É metafísica,
É matemática,
É onírica.
E nem sei bem
A distância que tem,
Onde vamos parar,
Quando vamos começar,
Se vamos realizar.
Ou se sonhar já é realizar,
Viver sem querer,
Com prazer de rir sem fumar,
De gargalhar sem parar.
E de ler as mensagens ocultas que estão por aí:
A tatuagem no seu corpo
É minha marca de nascença,
Meu sinal de pertença,
O início do meu mal.
O meu fim principal,
Seu fim total.
Acorda!
Você precisa dormir,
Pra acabar com esse pesadelo.
E vamos voar juntos,
Vamos sonhar juntos.
Vamos nos encontrar
E nos perder
Em algum lugar,
Entre olhos abertos
E sinais fechados.
Vamos continuar juntos,
Separados pelos desejos
De viver intensamente o que se quer.
Pra poder parar o sonho distante
A qualquer instante.
E colocar o pé no chão
E a cabeça na lua.
Pra tomar um copo d'água,
Pingar um colírio
Ou comer a massa;
Quer dizer,
Pra tomar um colírio,
Pingar a massa
Ou comer um copo d'água;
Ou pra tomar a massa,
Pingar um copo d'água
Ou comer um colírio?
Sei lá!
Quem sabe?
Quem viu?
Quem foi?
Essa nossa distância
Não é física,
É metafísica,
É matemática,
É onírica.
E nem sei bem
A distância que tem,
Onde vamos parar,
Quando vamos começar,
Se vamos realizar.
Ou se sonhar já é realizar,
Viver sem querer,
Com prazer de rir sem fumar,
De gargalhar sem parar.
E de ler as mensagens ocultas que estão por aí:
A tatuagem no seu corpo
É minha marca de nascença,
Meu sinal de pertença,
O início do meu mal.
O meu fim principal,
Seu fim total.
Acorda!
Você precisa dormir,
Pra acabar com esse pesadelo.
17/09/2011
Enfeite
Não sou seu enfeite de cabelo.
(Que você nem usa)
Não sou seu,
Nem meu.
Melhor parar
Porque preciso enfeitar
Outras cabeças.
(Que você nem usa)
Não sou seu,
Nem meu.
Melhor parar
Porque preciso enfeitar
Outras cabeças.
16/09/2011
Pau caído
Achou um pau caído.
Não era mole,
Mas largado
E entortado.
E quem perdeu
É porque achou
O senso comum
De ser
(Que não é ter)
E se largou por aí.
Achou um pau caído
E pulou sem pensar
E cruzou na ponta dos pés,
Na planta dos pés
Que não chega a nenhum lugar
Seguro.
Não era mole,
Mas largado
E entortado.
E quem perdeu
É porque achou
O senso comum
De ser
(Que não é ter)
E se largou por aí.
Achou um pau caído
E pulou sem pensar
E cruzou na ponta dos pés,
Na planta dos pés
Que não chega a nenhum lugar
Seguro.
15/09/2011
14/09/2011
13/09/2011
Me Mó Ria!
Memória é pra guardar,
Pra apagar,
Tudo que importava
E não importa mais
Nada.
Memória atormenta,
Mesmo quando não se enfrenta.
Deletar não é só apertar.
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Envelhecer, perder, morrer... Os mesmos sentimentos. Ressentimentos. Recomeçar.
Imagem: fotografia de um ex-escravo norte-americano em sua velhice cheia de memórias. Ricas memórias de grossas correntes e muitas chicotadas.
Pra apagar,
Tudo que importava
E não importa mais
Nada.
Memória atormenta,
Mesmo quando não se enfrenta.
Deletar não é só apertar.
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Envelhecer, perder, morrer... Os mesmos sentimentos. Ressentimentos. Recomeçar.
Imagem: fotografia de um ex-escravo norte-americano em sua velhice cheia de memórias. Ricas memórias de grossas correntes e muitas chicotadas.
12/09/2011
Absorto
Há muitas maneiras de abortar;
Muitas maneiras de parar
De pensar.
Você escolhe a sua
Parte
E parto!
Sem me catar.
******************************************
Imagem: Poesia visual do mestre Edgard Braga (1897-1985).
Muitas maneiras de parar
De pensar.
Você escolhe a sua
Parte
E parto!
Sem me catar.
******************************************
Imagem: Poesia visual do mestre Edgard Braga (1897-1985).
11/09/2011
Ver-reter-prazer-rever-perder-de vista
Cada vez que vejo você,
Pelo menos mais,
Uma vez por mês,
Penso mais em mim,
Em fim.
E cada dia menos,
Outro dia mais,
Deixo você descansar
Em paz.
E se da saudade
Tiro a vontade,
De rever você
Cheio de vontade
Cheio de bondade,
Quero tudo e nada mais
Que você.
E pra fechar
É preciso guardar,
O que resta de você.
E perder de vista
Que ver você só
Não dá prazer.
É preciso mais
Que ver,
Reter,
Prazer,
Rever,
Perder
De vez,
De vista.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Mais uma sobre os desaparecidos políticos. Somos os desaparecidos políticos, polidos, partidos, perdidos... Somos nus. Somos nós. Somos sós. Demais.
Pelo menos mais,
Uma vez por mês,
Penso mais em mim,
Em fim.
E cada dia menos,
Outro dia mais,
Deixo você descansar
Em paz.
E se da saudade
Tiro a vontade,
De rever você
Cheio de vontade
Cheio de bondade,
Quero tudo e nada mais
Que você.
E pra fechar
É preciso guardar,
O que resta de você.
E perder de vista
Que ver você só
Não dá prazer.
É preciso mais
Que ver,
Reter,
Prazer,
Rever,
Perder
De vez,
De vista.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Mais uma sobre os desaparecidos políticos. Somos os desaparecidos políticos, polidos, partidos, perdidos... Somos nus. Somos nós. Somos sós. Demais.
10/09/2011
Arrastarestação: ação de arrastar o que resta
Você anda cansada,
Irritada...
E eu nem ando mais.
Só
Me arrasto
Pra longe,
Por longo,
Long
Way
Everyday.
Irritada...
E eu nem ando mais.
Só
Me arrasto
Pra longe,
Por longo,
Long
Way
Everyday.
09/09/2011
Angústia cotidiana de esperar voltar quem não se foi
Hoje
Só
Me falta
Força,
Coragem,
Vontade
De ser,
Viver,
Prazer
Rever
Você.
################
Até quando esperar?
Só
Me falta
Força,
Coragem,
Vontade
De ser,
Viver,
Prazer
Rever
Você.
################
Até quando esperar?
08/09/2011
Acertos dos erros
Se você pode errar,
Também quero,
Também vou.
Depois junto os cacos
E dou pra você.
Se não colar,
Faço vista grossa,
Como você.
E nada mais.
Também quero,
Também vou.
Depois junto os cacos
E dou pra você.
Se não colar,
Faço vista grossa,
Como você.
E nada mais.
07/09/2011
06/09/2011
Corte de classe
Quem vê de cima
Nem sempre vê melhor,
Quase sempre vê menor.
E desvaloriza.
Quem vê de baixo
Nem sempre vê melhor,
Quase sempre vê maior.
E sobrevaloriza.
Esses polos se afastam cada vez mais,
Porque só conhecem seus iguais.
Aí o destino fácil é voar
Ou se enterrar,
Cada vez mais,
Cada dia mais.
Não há astros que expliquem esses caminhos:
A divisão dos gostos
Para manutenção dos postos.
Os desencontros das classes dão segurança à estrutura social,
Faz tudo continuar igual:
Você lá
E eu cá.
Quem está embaixo sabe que não pode voar
E quem está lá, não quer se enterrar, se humilhar.
E o afastamento (e intolerância) entre as classes se deve a um corte.
A um corte profundo que risca a sociedade (e cada um de nós)
De alto a baixo.
Abaixo!
Nem sempre vê melhor,
Quase sempre vê menor.
E desvaloriza.
Quem vê de baixo
Nem sempre vê melhor,
Quase sempre vê maior.
E sobrevaloriza.
Esses polos se afastam cada vez mais,
Porque só conhecem seus iguais.
Aí o destino fácil é voar
Ou se enterrar,
Cada vez mais,
Cada dia mais.
Não há astros que expliquem esses caminhos:
A divisão dos gostos
Para manutenção dos postos.
Os desencontros das classes dão segurança à estrutura social,
Faz tudo continuar igual:
Você lá
E eu cá.
Quem está embaixo sabe que não pode voar
E quem está lá, não quer se enterrar, se humilhar.
E o afastamento (e intolerância) entre as classes se deve a um corte.
A um corte profundo que risca a sociedade (e cada um de nós)
De alto a baixo.
Abaixo!
05/09/2011
Secura
O dinheiro falta
E o apetite não.
A garganta seca
Pede farinha
E espinha
De sardinha,
Que atravessada
Mata
Nativa
Engasgada,
Sufocada.
Cheio de água
Na boca
E nenhuma comida
Na barriga.
Vai mais um corpo ao chão.
A morte não é igual!
Imagem: Quadro "Criança morta" (1944), de Candido Portinari.
E o apetite não.
A garganta seca
Pede farinha
E espinha
De sardinha,
Que atravessada
Mata
Nativa
Engasgada,
Sufocada.
Cheio de água
Na boca
E nenhuma comida
Na barriga.
Vai mais um corpo ao chão.
A morte não é igual!
Imagem: Quadro "Criança morta" (1944), de Candido Portinari.
04/09/2011
O artista e sua arte
O artista é sua arte,
É poesia.
O artista não precisa dominar a técnica
E nunca deve ser dominado por ela.
Só se ele quiser,
Se gostar dela.
O artista não pinta,
Não canta,
Não dança...
O artista páre,
Sem precisar criar,
Sem poder parar.
O artista cria,
Sem precisar crer,
Sem poder parar.
O artista não precisa realizar;
Precisa realizar-se.
O artista é um poeta:
Ele não faz arte;
Ele é arte!
É poesia.
O artista não precisa dominar a técnica
E nunca deve ser dominado por ela.
Só se ele quiser,
Se gostar dela.
O artista não pinta,
Não canta,
Não dança...
O artista páre,
Sem precisar criar,
Sem poder parar.
O artista cria,
Sem precisar crer,
Sem poder parar.
O artista não precisa realizar;
Precisa realizar-se.
O artista é um poeta:
Ele não faz arte;
Ele é arte!
03/09/2011
Simples complexidade
Sou monotemático,
Monocromático,
Monótono.
Sou plurirracial,
Pluricultural,Plurifacial.
Sou o que você achou que fosse sem ser.
Sou o que é mais simples de ver.
Sou a complexidade que não cabe na sua simples mente.
Sou o que é mais difícil de acreditar que se é simplesmente.\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/
Imagem: Mais uma pintura de Egon Schiele!
02/09/2011
Desmedida
Vamos sentar e regalar:
Apreciar a comida
E saciar o paladar.
Vamos gargalhar sem reservas,
De olhos fechados
E bocas abertas.
Sem medo,
Sem nojo,
Sem culpa,
Nem vergonha.
Pode comer o quanto quiser,
E até o que não quiser,
O quanto der pra bancar.
Isso é bacana;
Isso é bacanal!
....................................................
A juventude de Baco (1884), de William Bouguereau.
Apreciar a comida
E saciar o paladar.
Vamos gargalhar sem reservas,
De olhos fechados
E bocas abertas.
Sem medo,
Sem nojo,
Sem culpa,
Nem vergonha.
Pode comer o quanto quiser,
E até o que não quiser,
O quanto der pra bancar.
Isso é bacana;
Isso é bacanal!
....................................................
A juventude de Baco (1884), de William Bouguereau.