Amanhã.
Amanhã você vai ser
(Vai saber?!...)
O que hoje não se deu,
O que não doeu.
Mas se doará,
Sem saber por que(m).
Doerá o quanto lhe faltar.
E amanhã,
Você vai dizer,
Você vai ver,
O que ninguém quer,
Reconhecer.
31/01/2014
30/01/2014
29/01/2014
Tempestade em copo d'água
Não levo água pra cama,
Nem desaforo pra casa.
Mas você me cansa demais.
Já tenho muito trabalho,
E menos filhos do que gostaria,
Mas vontade não me falta de brigar
Com você
Para o seu bem,
Meu bem.
Nem desaforo pra casa.
Mas você me cansa demais.
Já tenho muito trabalho,
E menos filhos do que gostaria,
Mas vontade não me falta de brigar
Com você
Para o seu bem,
Meu bem.
28/01/2014
Teatro
Há sempre uma história boa
Por trás dos panos sujos
E diante da boca aberta
Da plateia hierarquizada.
Se você pensou na política,
O autor, no teatro.
E nós detestamos os dois.
Eu e você,
É pura encenação!
Por trás dos panos sujos
E diante da boca aberta
Da plateia hierarquizada.
Se você pensou na política,
O autor, no teatro.
E nós detestamos os dois.
Eu e você,
É pura encenação!
27/01/2014
26/01/2014
Amor, só acredito na dor
Nunca acreditei nesse tal de amor,
Nunca acreditei em quem me faz sofrer.
E não venha me dizer
Que é comum doer,
Que tenho que aceitar essa dor.
Nunca acreditei em quem me faz sofrer.
E não venha me dizer
Que é comum doer,
Que tenho que aceitar essa dor.
25/01/2014
24/01/2014
Havia
Havia...
Não há mais.
Há via,
Muitas vias.
Mas nenhuma me leva a você,
Nenhuma é como você.
A via ávida de vida
É dádiva devida,
Dívida de morte,
Da vida
Dividida
Que se foi
Sem sorte,
Sem viver.
Havia.
Há...
Não há mais.
Há via,
Muitas vias.
Mas nenhuma me leva a você,
Nenhuma é como você.
A via ávida de vida
É dádiva devida,
Dívida de morte,
Da vida
Dividida
Que se foi
Sem sorte,
Sem viver.
Havia.
Há...
23/01/2014
Era uma vez uma puta
Era uma puta inteira,
Sem meias palavras
E com uma piranha na cabeça.
E nada mais.
Era uma puta de verdade,
Cheia de vontade
E malícia,
Como uma boa delícia,
Que se come sem pensar no final,
Sem engordar,
Afinal.
Sem meias palavras
E com uma piranha na cabeça.
E nada mais.
Era uma puta de verdade,
Cheia de vontade
E malícia,
Como uma boa delícia,
Que se come sem pensar no final,
Sem engordar,
Afinal.
22/01/2014
Vai sem culpa e deixa o medo de mim mesmo
Sem querer
Dei o que você queria
Soltura,
Solidão do meu olhar,
Tortura!
Vai sem culpa,
Já tenho as minhas
E não aguento mais vê-la
Sofrer.
Não aguento mais sofrer
Sem vê-la.
Não é o fim que me mete medo,
Mas o início (do pensar)
Que se mete
Sem medida
Em mim,
Sem você.
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01/11/12
Dei o que você queria
Soltura,
Solidão do meu olhar,
Tortura!
Vai sem culpa,
Já tenho as minhas
E não aguento mais vê-la
Sofrer.
Não aguento mais sofrer
Sem vê-la.
Não é o fim que me mete medo,
Mas o início (do pensar)
Que se mete
Sem medida
Em mim,
Sem você.
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01/11/12
21/01/2014
Um homem estranho
Havia um homem muito estranho,
Que parecia querer sempre o pior
E nunca dava o seu melhor.
E se contentava com seu lugar no mundo,
Sem ganância,
Nem ciúmes.
Isso não era entendido,
Senão como desamor.
Talvez fosse,
Talvez não.
A incerteza é a razão de ser
Humano,
Errante,
Safado...
Muito estranho,
Havia um homem.
Que parecia querer sempre o pior
E nunca dava o seu melhor.
E se contentava com seu lugar no mundo,
Sem ganância,
Nem ciúmes.
Isso não era entendido,
Senão como desamor.
Talvez fosse,
Talvez não.
A incerteza é a razão de ser
Humano,
Errante,
Safado...
Muito estranho,
Havia um homem.
20/01/2014
A pessoa jogadora quer crise
A pessoa jogadora é uma pessoa
Em crise.
Crise,
É o que ela quer,
Mesmo que não saiba.
Ela vai atrás
Quando se sente desafiada,
Quando se percebe desafinada.
E ele contribui com críticas:
Ela carece
E ele, cárcere!
Quando não houver mais crise,
Não haverá mais crime.
Nem castigo.
Não haverá mais jogo.
Em crise.
Crise,
É o que ela quer,
Mesmo que não saiba.
Ela vai atrás
Quando se sente desafiada,
Quando se percebe desafinada.
E ele contribui com críticas:
Ela carece
E ele, cárcere!
Quando não houver mais crise,
Não haverá mais crime.
Nem castigo.
Não haverá mais jogo.
19/01/2014
Doente
Sinto falta,
Peço alta...
Mas continuo doente,
Continuo paciente,
Reticente.
Não posso lutar com o que não sei
Fazer.
Mas essa dor um dia aplacará
Meu medo,
Trará um sentido
Ao sentido,
Ao sofrido
Coração carente,
Drama da gente
Vivente.
Peço alta...
Mas continuo doente,
Continuo paciente,
Reticente.
Não posso lutar com o que não sei
Fazer.
Mas essa dor um dia aplacará
Meu medo,
Trará um sentido
Ao sentido,
Ao sofrido
Coração carente,
Drama da gente
Vivente.
18/01/2014
17/01/2014
16/01/2014
Pó
São muitas mortes todo dia.
São muitos dias em toda morte,
Em toda sorte
Grande.
E recontamos alguns deles.
E nos perdemos sempre,
Embaralhamos tudo,
Confundimos verdades.
E sentimos saudades,
De mais um morto
Dia que se foi.
E nenhum outro virá o substituir.
O morto vira memória
Se alguém tiver lembrança.
Ou virá só...
Pó.
São muitos dias em toda morte,
Em toda sorte
Grande.
E recontamos alguns deles.
E nos perdemos sempre,
Embaralhamos tudo,
Confundimos verdades.
E sentimos saudades,
De mais um morto
Dia que se foi.
E nenhum outro virá o substituir.
O morto vira memória
Se alguém tiver lembrança.
Ou virá só...
Pó.
15/01/2014
Seu erro, meu berro
Você pagará caro por seu erro.
Pagará, claro.
Seu erro será
Seu.
E meu preço será
Eu.
..................................................................................
"Se depender de mim pra você viver,
Pode encomendar o seu caixão" (Martinho da Vila)
Pagará, claro.
Seu erro será
Seu.
E meu preço será
Eu.
..................................................................................
"Se depender de mim pra você viver,
Pode encomendar o seu caixão" (Martinho da Vila)
14/01/2014
13/01/2014
Não há mais ais
O pescador lança a rede
Mais uma vez
E nada
Até se cansar.
Para,
Respira e...
Continua.
Rema sem rimar.
O pescador nem percebe,
Mas o rio secou.
Assim como sua fonte (de rendas)
E os peixes não nadam mais por baixo da canoa.
Só voam
Por sobre nossas cabeças.
O pescador não pesca dor.
E eu não tenho mais fim,
Nem começo
(a pensar).
Só
Escrevo.
E suporto a dor
Do sentido
Perdido,
Do suposto
Tormento,
Tormento,
Tormento...
Lamento.
Sem piscar,
Sem pescar.
----------------------------
Praia com canoa. Virgílio Lopes Rodrigues. Óleo sobre madeira.
Mais uma vez
E nada
Até se cansar.
Para,
Respira e...
Continua.
Rema sem rimar.
O pescador nem percebe,
Mas o rio secou.
Assim como sua fonte (de rendas)
E os peixes não nadam mais por baixo da canoa.
Só voam
Por sobre nossas cabeças.
O pescador não pesca dor.
E eu não tenho mais fim,
Nem começo
(a pensar).
Só
Escrevo.
E suporto a dor
Do sentido
Perdido,
Do suposto
Tormento,
Tormento,
Tormento...
Lamento.
Sem piscar,
Sem pescar.
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Praia com canoa. Virgílio Lopes Rodrigues. Óleo sobre madeira.
12/01/2014
11/01/2014
10/01/2014
09/01/2014
08/01/2014
Lua cheia com você
Era uma lua só que queria
Com você.
Daria minha lua interia
Por você.
Uma lua cheia
De (vontade de) você.
Com você.
Daria minha lua interia
Por você.
Uma lua cheia
De (vontade de) você.
07/01/2014
Segredo de verdade
Minha vida será um enorme segredo
Para os que me conhecem.
Para os que não me conhecem,
Contarei até o que nem sei.
E meu silêncio será a verdade.
Para os que me conhecem.
Para os que não me conhecem,
Contarei até o que nem sei.
E meu silêncio será a verdade.
06/01/2014
Frieza
Quero seu desencantamento mais frio,
Toda sua racionalidade,
Que me esquenta,
Que me devora,
Sem dia seguinte,
Só hoje.
E vontades.
Toda sua racionalidade,
Que me esquenta,
Que me devora,
Sem dia seguinte,
Só hoje.
E vontades.
05/01/2014
Faca cega
Cega!
Cega faca.
Não amola,
Não me corta.
E quem me corteja
Vê longe,
Além de mim.
Cega!
Cega faça
O que quiser,
O que puder,
De nós.
Pega!
Pega o seu pau
E vai tocando por aí,
Vai buscando um buraco
Pra cair
Em si.
Sem mim.
Nega!
Nega que não quis...
Ah, nega!...
Chega!
Cega faca.
Não amola,
Não me corta.
E quem me corteja
Vê longe,
Além de mim.
Cega!
Cega faça
O que quiser,
O que puder,
De nós.
Pega!
Pega o seu pau
E vai tocando por aí,
Vai buscando um buraco
Pra cair
Em si.
Sem mim.
Nega!
Nega que não quis...
Ah, nega!...
Chega!
04/01/2014
Outras faces da lua
Lua cheia não é só para namorados. É também para os assanhados. E os acanhados. Ela atira uns sobre os outros. Como a presa que se deixa descobrir pelo predador. E o faz suar até se deixar devorar, se dando inteira para a manutenção da vida. E o faz dormir, para digerir. A presa não é passiva. Lua cheia não é lugar só para encontros, mas também para desencontros. Porque se as hienas chegarem enquanto o leão dorme... Nem o rei resiste a umas boas risadas. Na lua cheia, as emoções estarão afloradas, para o bem ou para o mal. Isso não é de lua. É da vida!
03/01/2014
Rotininhas
Quem não gosta de pequenas rotinas,
Não tem problema,
Só precisa aprender a viver
Só.
Porque é nos pequenos desafios
Que mais precisamos de ajuda,
De companheirismos...
Um dia virão os gigantes.
E já não será preciso correr.
Agora me dá licença
Porque preciso regar as plantas,
Lavar a louça,
Pendurar a roupa no varal...
Não tem problema,
Só precisa aprender a viver
Só.
Porque é nos pequenos desafios
Que mais precisamos de ajuda,
De companheirismos...
Um dia virão os gigantes.
E já não será preciso correr.
Agora me dá licença
Porque preciso regar as plantas,
Lavar a louça,
Pendurar a roupa no varal...
02/01/2014
A sala
Você nasceu na sala,
Cresceu brincando nessa sala.
Caiu muitas vezes no chão dessa sala,
Mas nunca aprendeu.
Você pintou e bordou:
Foi muitas personagens,
Viveu outras vidas nessa sala...
Você ainda vive!
Você não sai dessa sala.
E ela não sai de mim.
Cresceu brincando nessa sala.
Caiu muitas vezes no chão dessa sala,
Mas nunca aprendeu.
Você pintou e bordou:
Foi muitas personagens,
Viveu outras vidas nessa sala...
Você ainda vive!
Você não sai dessa sala.
E ela não sai de mim.