17/10/2009

Leis

As leis da natureza são rechaçadas pelas normas sociais.
Os polos contrários não se atraem:
Consumimos os iguais e somos indiferentes aos diferentes.
Nem tudo o que sobe desce:
Os estabelecidos têm seu poder reforçado pelos excluídos.
Nem sempre os mais aptos sobrevivem:
No afã de agradar os pares e conquistar uma posição,
Derrubamos o mito da meritocracia.
As normas sociais são negadas pelas leis da natureza.
Raça ruim é a que tem pedigree.
A mistura é mais saudável que a pureza.
Não há inferiores; há inferiorizados.
A ordem é mais rara que a desordem.
Temos tanto a aprender;
E tanto a ensinar.

13/10/2009

Correr e lutar

Estava pesquisando algumas fotografias que expressassem desigualdade social e fiquei impressionado com a quantidade de fotos sobre esse tema que focam pés (quase sempre machucados e maltrapilhos) e mãos (quase sempre espalmada para cima, como quem pede esmolas). Os membros superiores e inferiores, por outro lado, estão frequentemente associados à ação, normalmente de lutar (no caso das mãos) e correr (no caso dos pés). As mãos de um lutador de boxe ou os punhos fechados e erguidos de um membro do movimento sindical, ou outro movimento social qualquer, expressam claramente a ação da luta ou da resistência. O choque que gera vitória. Os pés de um corredor, obstinado por cruzar a linha de chegada, ou de um lutador em guarda para receber o combate de seu oponente, expressam também a ação da luta ou da resistência. Pés e mãos, podem ter o mesmo simbolismo de ação. Mas quando aparecem vinculados a imagens de desigualdade social, mostram-se cansados, inertes ou desumanizados: são pés calejados, feridos e, provavelmente, fedidos; são mãos grossas, espalmadas uma contra a outra e servindo de travesseiro em chão de pedra ou levantadas para o céu, esperando uma providência alheia. Mãos e pés, quando espressam desigualdade social, estão irreconhecíveis, nem de longe lembram os instrumentos de luta e resistência que foram um dia, ou poderiam voltar a ser. Mãos e pés da desigualdade aparecem distantes, desentrosados e desajeitados. Parecem esquartejados: mãos pra lá, pés pra cá e nenhuma ação. Só inanição. Correr e lutar vão parecendo até antagônicos: correr como sinônimo de fugir; lutar, como encarar. Mas correr e lutar nunca foram tão próximos. São ações. Uma atitude importante diante da desigualdade seria uma ação de combate e de resistência, uma conjugação de mãos e pés. Mãos fechadas que partem ao ataque e pés ágeis que se esquivam do oponente a derrotar, que é a própria desigualdade. Nada de mãos pra trás ou cruzadas com os braços; nada de pés vacilantes ou cansados. Precisamos cerrar os punhos e posicionar os pés para tomar parte nessa luta. Isso é solidariedade, que também é uma ação.
A foto desta postagem é de Sebastião Salgado.

06/10/2009

Honduras: o impasse caribenho

Hoje os alunos do Centro Universitário Curitiba poderão debater com professores da casa a atual situação política de Honduras (Golpe Militar, Estado de Sítio, Abrigo Político do presidente deposto na Embaixada Brasileira etc). Será às 17h30, no Grande Auditório do Unicuritiba. Inscrições deverão ser realizadas pelo site da faculdade. Contamos com sua presença e divulgação