Um conceito pode virar forma
Pra cumprir a função de quebrar a fôrma,
Como meio de restabelecer a forma,
Da forma que se quiser.
Mas de preferência se largar,
Sem pensar
Em nada além de molengar.
É uma moleza sem fim,
Nunca vai acabar:
Mole, Mole, Moleca...
Moleza!
....................
Imagem: Poltrona Mole, de Sergio Rodrigues. Criado em 1957, essa poltrona é um dos maiores destaques do mobiliário brasileiro de todos os tempos! A poltrona Moleca é uma variação da Mole e foi criada em 1963. É pra quem tem bom gosto (e grana)!
30/11/2011
29/11/2011
28/11/2011
27/11/2011
Repouso do guerreiro
Olha essa pele na perede,
Essas borboletas sobre a pele,
Essa bunda,
Essa iluminação pendente...
E a cama subjacente!
Ah, essa cama vazia de sentidos!
Fecho as cortinas e não quero nada mais:
Me canso em paz.
↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓
Imagem: Foto de um dos cômodos de uma casa em Turim/Itália, que na década de 1960 foi alugada pelo arquiteto, designer e fotógrafo italiano Carlo Mollino (1905-1973) para servir de escapismo criativo à sua atividade profissional. A foto foi publicada (de forma mais nítida) na revista Casa Vogue de novembro de 2011. A casa foi intitulada pelo próprio Mollina de "refúgio do guerreiro". Como diria Gonzaguinha, "guerreiros são meninos no fundo do peito. Precisam de um descanso, precisam de um remanso, precisam de um sonho que os tornem refeitos"...
Essas borboletas sobre a pele,
Essa bunda,
Essa iluminação pendente...
E a cama subjacente!
Ah, essa cama vazia de sentidos!
Fecho as cortinas e não quero nada mais:
Me canso em paz.
↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓
Imagem: Foto de um dos cômodos de uma casa em Turim/Itália, que na década de 1960 foi alugada pelo arquiteto, designer e fotógrafo italiano Carlo Mollino (1905-1973) para servir de escapismo criativo à sua atividade profissional. A foto foi publicada (de forma mais nítida) na revista Casa Vogue de novembro de 2011. A casa foi intitulada pelo próprio Mollina de "refúgio do guerreiro". Como diria Gonzaguinha, "guerreiros são meninos no fundo do peito. Precisam de um descanso, precisam de um remanso, precisam de um sonho que os tornem refeitos"...
26/11/2011
Nosso amor arrebatador
Saio de cima de você e empurro de lado,
Pensando em não sei quê,
Bem devagar,
Com muitos gemidos e sussurros involuntários,Até chegar ao fim da linha.
Extasiado,
Deito a seu lado,
Com um sorriso nos lábios,
Pra descansar nosso cansar,
E pra sonhar com a próxima aventuraDesse nosso amor arrebatador:
Nessa jornada, não há dor que não me lembre o bem que você me faz!
25/11/2011
Boa notícia é sempre boa?
Olho sem saber o que,
Sem saber pra que,
Sem saber por que
Uma boa notícia
Sempre faz um outro sofrer?!
_______________________________________________________________
Imagem: "Contemplação" (Kontemplation), escultura de concreto da alemã Angelika Kienberger, 2010.
Sem saber pra que,
Sem saber por que
Uma boa notícia
Sempre faz um outro sofrer?!
_______________________________________________________________
Imagem: "Contemplação" (Kontemplation), escultura de concreto da alemã Angelika Kienberger, 2010.
24/11/2011
A dor do desaparecimento só desaparece quando aparece quem estava desaparecido!
A dor do desaparecimento
Não é sentida em um só momento.
São tormentos,
São lamentos.
Nenhum momento se pode esquecer:
Desaparecimento
É sempre sem esquecimento.
Até que alguém resolva aparecer
Com o corpo moído.
Aí descansar é a única solução.
É o fim.
...................................................1.2.3.4.5._.7.8.9.0...
Imagem: Cena do filme "Garage Olimpo" (1999), que retrata os desaparecimentos políticos e as torturas durante a ditadura militar argentina.
Não é sentida em um só momento.
São tormentos,
São lamentos.
Nenhum momento se pode esquecer:
Desaparecimento
É sempre sem esquecimento.
Até que alguém resolva aparecer
Com o corpo moído.
Aí descansar é a única solução.
É o fim.
...................................................1.2.3.4.5._.7.8.9.0...
Imagem: Cena do filme "Garage Olimpo" (1999), que retrata os desaparecimentos políticos e as torturas durante a ditadura militar argentina.
23/11/2011
Novo modo sem modo de viver sem medo
Muitas novidades.
Nenhuma nova.
Todas as mesmas
Velhas maneiras
De viver o sentido
E sentir a vida.
Sem nenhum modo;
E sem medo.
Nenhuma nova.
Todas as mesmas
Velhas maneiras
De viver o sentido
E sentir a vida.
Sem nenhum modo;
E sem medo.
22/11/2011
Mente pra caralho!
Mente pra caralho!
Em todo lugar!
E nada mais parece passar por essa cabeça,
Por esse lugar.
* * * * * * * * * ** * * ** * * * * * * * * *
Imagem: Sombras projetadas no chão na ponte Westminster, no centro de Londres. http://skrinda.com/creative/signs/
Em todo lugar!
E nada mais parece passar por essa cabeça,
Por esse lugar.
* * * * * * * * * ** * * ** * * * * * * * * *
Imagem: Sombras projetadas no chão na ponte Westminster, no centro de Londres. http://skrinda.com/creative/signs/
21/11/2011
Roça
Vai caindo a noite na fazenda
E você sem renda,
Rendida cai
Em cima de mim:
Chupa o melado da cana
Em cima da cama,
Sem um pingo de vergonha
E sem achar ruim.
Fico lembrando da sua roça,
Do produto gostoso do seu roçado,
E do trabalho que deu:
Preparar a terra,
Jogar a semente,
Esperar crescer
E colher os frutos com as mãos:
Melões,
Melancias,
Tangerinas,
Morangos,
Batatas...
Mas como a terra não foi tratada,
A minhoca comeu tudo,
Virou borboleta...
E voou!
A terra continua lá:
Com um boizinho,
Uns galinhos
E poucos matinhos.
A casa está em pedaços
E os móveis estão imóveis.
Mas ainda habita meus sonhos.
O mugido do boi espantou nossos sonhos
E suas pulgas ficaram em mim!
Inda bem que as garças chegaram para anunciar o fim do dia.
Matem os galos antes que ele nos acorde!
Sonhar é preciso!
E você sem renda,
Rendida cai
Em cima de mim:
Chupa o melado da cana
Em cima da cama,
Sem um pingo de vergonha
E sem achar ruim.
Fico lembrando da sua roça,
Do produto gostoso do seu roçado,
E do trabalho que deu:
Preparar a terra,
Jogar a semente,
Esperar crescer
E colher os frutos com as mãos:
Melões,
Melancias,
Tangerinas,
Morangos,
Batatas...
Mas como a terra não foi tratada,
A minhoca comeu tudo,
Virou borboleta...
E voou!
A terra continua lá:
Com um boizinho,
Uns galinhos
E poucos matinhos.
A casa está em pedaços
E os móveis estão imóveis.
Mas ainda habita meus sonhos.
O mugido do boi espantou nossos sonhos
E suas pulgas ficaram em mim!
Inda bem que as garças chegaram para anunciar o fim do dia.
Matem os galos antes que ele nos acorde!
Sonhar é preciso!
20/11/2011
Auto-crítica poética
Não escrevo poesias
Só palavras sem "sentido!",
Palavras sentidas.
Algumas não pensadas...
Sem forma,
Só palavras sem "sentido!",
Palavras sentidas.
Algumas não pensadas...

Muitas são lançadas
E outras encontradas
Na massa caótica do cotidiano;
No coito cotidiano do pensar
Na massaSem forma,
Sem função,
Nem desejo:
Só farinha
E fumaça.19/11/2011
18/11/2011
Bem-te-vi!
Bem-te-vi!
Te vejo
E te quero.
Muitas vezes.
Sempre mais,
Sempre assim,
Não pra mim:
Só por ti.
Bom-te-ver!
http://www.youtube.com/watch?v=n8wpemCOveQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=6aYKVhl5h9c&feature=related
Te vejo
E te quero.
Muitas vezes.
Sempre mais,
Sempre assim,
Não pra mim:
Só por ti.
Bom-te-ver!
http://www.youtube.com/watch?v=n8wpemCOveQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=6aYKVhl5h9c&feature=related
17/11/2011
Foi-se
São tantas terças,
Tantas sextas,
Tantas segundas...
E por aí vai
Você,
Sem saber porquê,
Sem nada a dizer.
Temendo não sei o quê.
São tantas feridas,
Tantas lambidas,
Muitas fadigas...
E por aí vai
Você
Sem saber o que amarga,
O que a marca,
Quase nada.
São tantas vontades,
Poucas coragens,
Muitas paisagens
E nenhum lamento.
E fica aí
Você
Remoendo saudades,
Querendo massagens
E mensagens.
Foi-se como deveria:
Como um martelo
Na cabeça
Do prego.
ᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗ
Imagem: Poesia visual de Sady Bianchin.
Tantas sextas,
Tantas segundas...
E por aí vai
Você,
Sem saber porquê,
Sem nada a dizer.
Temendo não sei o quê.
São tantas feridas,
Tantas lambidas,
Muitas fadigas...
E por aí vai
Você
Sem saber o que amarga,
O que a marca,
Quase nada.
São tantas vontades,
Poucas coragens,
Muitas paisagens
E nenhum lamento.
E fica aí
Você
Remoendo saudades,
Querendo massagens
E mensagens.
Foi-se como deveria:
Como um martelo
Na cabeça
Do prego.
ᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗᶗ
Imagem: Poesia visual de Sady Bianchin.
16/11/2011
15/11/2011
14/11/2011
Pau!
Esse pau quando amolece,
Endireita.
E quando endurece,
À esquerda!
+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-
Está cada vez mais difícil definir a esquerda e a direita políticas! Mas a repressão está em todo lugar.
Imagem: Tela "Nude Study of Thomas E McKellen", de John Singer Sargent (1856-1925).
Está cada vez mais difícil definir a esquerda e a direita políticas! Mas a repressão está em todo lugar.
13/11/2011
Violência policial
12/11/2011
Toque de fogo
O toque como forma de sensibilidade,
Sedução!
O olhar devorador,
Perturbador.
A boca que não fala mais do que deveria
E beija.
A língua que lambe como fogo no capim seco.
O abraço apertado como camisa de força da razão,
Que aperta o corpo e liberta a libido,
Crepitando no fundo da alma.
Quente!
Quem te guarda?
Sedução!
O olhar devorador,
Perturbador.
A boca que não fala mais do que deveria
E beija.
A língua que lambe como fogo no capim seco.
O abraço apertado como camisa de força da razão,
Que aperta o corpo e liberta a libido,
Crepitando no fundo da alma.
Quente!
Quem te guarda?
11/11/2011
Levante-se, decida-se!
Não é direito
Pender à direita;
Nem é direito ficar no centro.
E à esquerda o pau come!
ÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇ
Mais uma poesia feita a partir de um quadro de Lucien Freud!
Pender à direita;
Nem é direito ficar no centro.
E à esquerda o pau come!
ÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇ
Mais uma poesia feita a partir de um quadro de Lucien Freud!
10/11/2011
Ou vai ou tchau!
Não gosto de ia:
Idolatria,
Tirania,
Hipocondria,
Melancolia,
Melancia...
Hipocrisia?
É fazer o que não se quer,
Fazer o que não se faz sem querer.
Não gosto do que ia...
E não foi?!
Idolatria,
Tirania,
Hipocondria,
Melancolia,
Melancia...
Hipocrisia?
É fazer o que não se quer,
Fazer o que não se faz sem querer.
Não gosto do que ia...
E não foi?!
09/11/2011
Vem cavar!
Vem!
Vem devagar,
Vem chegando pra cá!
Com desconfiança e vontade,
Sem medo nem maldade.
Vem cavar um buraco que nos caiba inteiros,
Que nos proteja do mundo que nos (r)odeia,
E que nos leve a um outro lado da vida,
Sem ameaças,
Sem trapaças,
Nem pirraças.
Ou coisas da espécie.
A vida é curta
E a vontade muita.
Vem devagar,
Vem chegando pra cá!
Com desconfiança e vontade,
Sem medo nem maldade.
Vem cavar um buraco que nos caiba inteiros,
Que nos proteja do mundo que nos (r)odeia,
E que nos leve a um outro lado da vida,
Sem ameaças,
Sem trapaças,
Nem pirraças.
Ou coisas da espécie.
A vida é curta
E a vontade muita.
08/11/2011
Cães e gatos não se dão
Seus gatos se foram,
Pra longe foram,
Porque você preferiu soltar os cachorros.
Agora vive acuada
Na solidão angustiada,
Buscando uma culpada.
Pra longe foram,
Porque você preferiu soltar os cachorros.
Agora vive acuada
Na solidão angustiada,
Buscando uma culpada.
07/11/2011
Arteiro
Sofreu muitas emboscadas,
Entrou em muitas enrascadas,
Mas viveu de labutar.
E quanto mais endureceu,
Mais enlouqueceu.
Hoje decansa em paz
E carrega a fama
De quem deitou a cama.
Mas de bola murcha
Não sente mais nada do que se passa a seu redor.
oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo
Entrou em muitas enrascadas,
Mas viveu de labutar.
E quanto mais endureceu,
Mais enlouqueceu.
Hoje decansa em paz
E carrega a fama
De quem deitou a cama.
Mas de bola murcha
Não sente mais nada do que se passa a seu redor.
oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo oIo
06/11/2011
05/11/2011
Corpo de direitos
Lutar por seu corpo é mais fácil que lutar por seus direitos? Então, incorpora seus direitos e vai à luta!
Conheça seu corpo,
Conheça seus direitos...
E lute por eles!
___________________
"A beleza está nas ruas".
Conheça seu corpo,
Conheça seus direitos...
E lute por eles!
___________________
"A beleza está nas ruas".
04/11/2011
Direito Fundamental
Todo direito fundamental
Tem fundamento moral.
E por estar na cabeça,
Está no mundo da lua.
É preciso botar o pé no chão.
E o direito também.
Isso é fundamental!
Tem fundamento moral.
E por estar na cabeça,
Está no mundo da lua.
É preciso botar o pé no chão.
E o direito também.
Isso é fundamental!
03/11/2011
Nós somos o poder
Não há singelas homenagens aqui
Só esculhambações
E beijos.
O que há de melhor
É o que já foi.
E só sonhar,
Nunca será.
Vem pra cá!
_______________________________________
Poster colado nas ruas de Paris em maio de 1968.
Autoria anônima.
Só esculhambações
E beijos.
O que há de melhor
É o que já foi.
E só sonhar,
Nunca será.
Vem pra cá!
_______________________________________
Poster colado nas ruas de Paris em maio de 1968.
Autoria anônima.