Pensei em olhar pela janela para ver as crianças passando pra aula logo de manhã. Mas não tive forças, nem coragem, e fiquei onde estava, enrolado nas cobertas. O máximo que fiz foi rolar um pouco para o lado, na busca de uma posição mais confortável para passar algumas horas a mais na cama. Lá fora estava um friozinho convidativo à preguiça dentro do quarto. Já estava acordado, semi-acordado, mas os olhos ainda permaneciam cerrados. E a mente pensava, sem limites, em coisas sem sentido. A preguiça prevalecia, embora a necessidade de levantar fosse urgente.
A frestinha aberta da janela lançava as cortinas no meio do quarto, como um vestido esvoaçante ao vento, e sussurrava um barulhinho que tentava me expulsar da cama. A mente já não pensava mais nada, só se irritava com aquele barulhinho que agora era perturbador. Cansado, resolvi levantar, fechar de vez a janela para eliminar o zumbido, tomar um calmante e voltar a dormir. Quando acordei já era tarde, os compromissos já haviam se perdido. Agora era só pensar nas desculpas aos que me esperavam. Que não me esperem mais para nada em climas frios e enquanto eu estiver numa cama aconchegante, apagado. Que haja mais dias frios como esse! Uahhhhh! Vou dormir.