02/03/2011

Prego pregado

Sou um prego enferrujado e enfiado,
Em algum lugar.
Minha cabeça anda dormente.
Acho que preciso de umas batidas,
Pra desadormecer,
Pra desendurecer
E sair:
Daqui
Pra aí;
Daí
Pra aqui.
Sem você me dar
Medo de tentar;
Sem você me dá
Medo de tentar.
Continuo pregado.
Mas preciso sair,
Pra me enfiar em outro lugar
E dormir.
Até o dia em que acordar
Que chegou a hora de partir,
Pra outro lugar.
Acho que farei isso sem parar,
Quando começo, não sei parar.
Não quero parar.
De matar
E amar,
Sem nem pensar.
Sei não pensar
Sem paralisar,
Sem analisar,
Nem alisar
O ego
E o cego.
E faço isso com toda simpatia,
Na maior idolatria,
Mesmo em meio a tanta gritaria,
Em plena luz do dia.
Mas só me meto onde sou chamado,
Amado
Ou desejado.
Prego a liberdade
E amarro você,
Prego você sem dó nem piedade.
E não sei pra que?
Talvez por pura vaidade.
Ou necessidade.