Vou passar a mão em você,
E pegar você
Pra mim.
Vou ficar atrás de você
Até que você descubra o prazer
Da minha companhia.
Vou botar você em cima de mim,
Porque quero o seu sucesso!
Vou me amarrar a você
Pra soltar os seus desejos.
Vou bater na sua bunda,
Pra você ir em frente.
Vou virar você devagar
E você vai me virar:
Isso é identificação!
(Outros preferem casamento)
31/01/2012
30/01/2012
29/01/2012
Bocas malditas!
Bocas malditas
Que se abrem contra mim.
Bocas malditas
Que me perseguem até o fim.
Bocas malditas
Que me sugam até a alma.
Mal ditas.
E falam do que nem sei.
E destroem o meu amor
Por vocês.
Benditas!
............................................................................................
Imagem: Quadro "3 mouths, 3 trash cans" (2008), de John Finneran.
Que se abrem contra mim.
Bocas malditas
Que me perseguem até o fim.
Bocas malditas
Que me sugam até a alma.
Mal ditas.
E falam do que nem sei.
E destroem o meu amor
Por vocês.
Benditas!
............................................................................................
Imagem: Quadro "3 mouths, 3 trash cans" (2008), de John Finneran.
28/01/2012
Modos móbiles
Modos móbiles,
(In-se-gu-ros)
Equili-brados.
Seus modos de ver gentes,
Modos divergentes,
Medos (desqualificados):
Todo medo é só estar
Com medo.
Sou sua charada mais difícil,
Incompreensível.
E comprimir não é possível.
Resgata a luz que brilhava
E apague-a de vez.
Você não vai entender nada,
Nem eu.
+ - + - + - + - + - + - + - + -
Móbile de Alexander Calder (1898-1976)
(In-se-gu-ros)
Equili-brados.
Seus modos de ver gentes,
Modos divergentes,
Medos (desqualificados):
Todo medo é só estar
Com medo.
Sou sua charada mais difícil,
Incompreensível.
E comprimir não é possível.
Resgata a luz que brilhava
E apague-a de vez.
Você não vai entender nada,
Nem eu.
+ - + - + - + - + - + - + - + -
Móbile de Alexander Calder (1898-1976)
27/01/2012
A princesa e o cavalo do príncipe

A princesa foi atrás de seu príncipe.
E ele nem sabia de nada.
Andou por muitas estradas (e até fora delas).
Teve muitas idéias e vontades...
E nenhum juízo.
Comeu o pão que o diabo amassou
E não assou.
(E ela nem sabia que o diabo era padeiro!)
A princesa se empanturrou de comer.
E de ser comida,
De encher a barriga vazia,
Como a própria cabeça,
Agarrada ao corpo,
Foi ao chão.
E caiu de cara.
Quando levantou a cabeça,
De boca inchada,
Avistou as patas pisadas
Do cavalo do seu príncipe.
Abriu um sorriso torto,
Ainda com a face cheia de terra,
E encontrou a felicidade num silêncio,
Num olhar:
Amaram-se,
Como nunca antes
Do jantar.
Foram o jantar.
Depois dormiram juntos.
Mas nunca se casaram,
Nunca se cansaram.
Só pastaram.
Até hoje.
26/01/2012
Lançamento em mim
Às vezes sei quando estou lançando
O mal que me vai consumir.
É deprimente lançar a semente
Que irá me destruir.
A alegria que me motivou
Já passou,
Mas o mal ainda não chegou.
Entre um e outro
Vou ouvir o ruído,
Ensurdecedor,
Do mal dizer,
Sem nada poder
Fazer,
Além de torcer
A fumaça retorcida.
O mal que me vai consumir.
É deprimente lançar a semente
Que irá me destruir.
A alegria que me motivou
Já passou,
Mas o mal ainda não chegou.
Entre um e outro
Vou ouvir o ruído,
Ensurdecedor,
Do mal dizer,
Sem nada poder
Fazer,
Além de torcer
A fumaça retorcida.
25/01/2012
Voyeur
Saio de tão longe,
De tão perto
E nem sei onde estou,
Pra onde vou.
Vejo e não toco,
Porque não sei dedilhar,
E não me toco
Do meu lugar.
E há quem tenha razão.
Eu, nem você.
E nunca terei.
Sinto saudades e ela se vai,
Comigo,
Quando saio de perto de você.
E não tenho prazer em ver,
Em viver
Voyeur.
De tão perto
E nem sei onde estou,
Pra onde vou.
Vejo e não toco,
Porque não sei dedilhar,
E não me toco
Do meu lugar.
E há quem tenha razão.
Eu, nem você.
E nunca terei.
Sinto saudades e ela se vai,
Comigo,
Quando saio de perto de você.
E não tenho prazer em ver,
Em viver
Voyeur.
24/01/2012
Quarta
Vou esperar a quarta chegar
Só pra vê-la passar
E suspirar num cantinho de mim
Pela beleza de-mais
Um fim
De descanço.
Ela vem com o vigor
E frescor
De uma manhã ensolarada de praia,
Cheirosa
E marcada.
/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\
C.M.: iniciais de Carlo Mollino
Só pra vê-la passar
E suspirar num cantinho de mim
Pela beleza de-mais
Um fim
De descanço.
Ela vem com o vigor
E frescor
De uma manhã ensolarada de praia,
Cheirosa
E marcada.
/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\
C.M.: iniciais de Carlo Mollino
23/01/2012
Em busca
Há tantas lamúrias...
Tantas maquinações...
E sabotagens...
Que acho que vou embora.
Vou pra bem longe,
Onde não possa me achar:
Lá onde não há eu
Serei
(E farei)
Feliz!
Tantas maquinações...
E sabotagens...
Que acho que vou embora.
Vou pra bem longe,
Onde não possa me achar:
Lá onde não há eu
Serei
(E farei)
Feliz!
22/01/2012
Circularidade
Essa poesia não
Tem ponto final.
Ela é uma linha
Circular,
Em torno de quem quiser.
Mas eu conto
As passadas
Pra quem quiser,
Pra eu descansar
Com quem quiser.
Está tudo rodando.
Acho que vou cair
Ou vomitar.
Pensando bem,
Acho que vou voltar
Ao início pois
Tem ponto final.
Ela é uma linha
Circular,
Em torno de quem quiser.
Mas eu conto
As passadas
Pra quem quiser,
Pra eu descansar
Com quem quiser.
Está tudo rodando.
Acho que vou cair
Ou vomitar.
Pensando bem,
Acho que vou voltar
Ao início pois
21/01/2012
20/01/2012
19/01/2012
Omito boas novas
Tenho umas boas novas.
E elas não são minhas.
E você nem vai querer
Saber.
Novidades,
Novas idades.
Liberdades nuas
E verdades cruas;
Sem as linhas-mestras da razão,
Sentimentalismos subalternos
E sem nenhuma pretensão:
Só
Amor.
Se é que se pode nominar o indizível,
O mito.
Omito.
E elas não são minhas.
E você nem vai querer
Saber.
Novidades,
Novas idades.
Liberdades nuas
E verdades cruas;
Sem as linhas-mestras da razão,
Sentimentalismos subalternos
E sem nenhuma pretensão:
Só
Amor.
Se é que se pode nominar o indizível,
O mito.
Omito.
18/01/2012
Caducidades
Tem uma batida no meu coração
Descompassando minha razão;
Uma batida no meu coração,
Que não consigo desentortar.
Tem alguma coisa errada
Num certo lugar.
Tem um olho no meu cisco,
Uma próstata no meu câncer,
Ou um peito na minha prótese.
Mas não sei...
E quem vai saber?
Fazer o que?
Descompassando minha razão;
Uma batida no meu coração,
Que não consigo desentortar.
Tem alguma coisa errada
Num certo lugar.
Tem um olho no meu cisco,
Uma próstata no meu câncer,
Ou um peito na minha prótese.
Mas não sei...
E quem vai saber?
Fazer o que?
17/01/2012
16/01/2012
Coveiro
Vejo você deitada
E não vejo a hora passar,
O dia acabar
Com(o) a vida.
Só entendo o que em si passa
Quando as moscas vem tomar seu corpo.
Aí, arregalo os olhos
E me levanto.
O sonho acabou
Com(o) você.
É hora de trabalhar!
E não vejo a hora passar,
O dia acabar
Com(o) a vida.
Só entendo o que em si passa
Quando as moscas vem tomar seu corpo.
Aí, arregalo os olhos
E me levanto.
O sonho acabou
Com(o) você.
É hora de trabalhar!
Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ Ϯ
Foto de Carlo Mollino.
Foto de Carlo Mollino.
15/01/2012
Ando...
Ando...
Só ando.
Ando cansado,
Ando parando
Todos
A meu lado.
Ando nada mais.
Não sem você.
Como você vai,
Se não ando mais,
Como antes?
Vou morrer.
Vai, vai!
Ai!
Aaaaaaaaaiiiiiiiiii!!!!!!
[Choro por dentro e por fora]
Só ando.
Ando cansado,
Ando parando
Todos
A meu lado.
Ando nada mais.
Não sem você.
Como você vai,
Se não ando mais,
Como antes?
Vou morrer.
Vai, vai!
Ai!
Aaaaaaaaaiiiiiiiiii!!!!!!
[Choro por dentro e por fora]
●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●
"Outra lei esquimó foi relatada pelo antropólogo Knud Rasmussen (Intellectual culture of the Iglulik eskimos. in: Reports of the Fifth Thule Expedition - 1921-1924), da Groenlândia, em 1929. Uma regra geral de todas as sociedades esquimós é: em épocas de privações, geralmente no inverno, os indivíduos que não podem mais produzir ou caçar não devem comer. Portanto, às vezes, deixavam-se morrer crianças nascidas no inverno e, o que é também de se notar, esperava-se que as pessoas muito velhas, consideradas inúteis à sociedade, se matassem. Este era um dos mais sagrados deveres dos idosos: devido aos rigores do inverno e à escassez de alimentos, eles deviam sacrificar-se para que os demais membros do grupo pudessem sobreviver. Era bem possível, em tais casos, que os velhos perambulassem pela neve e desaparecessem. Porém Rasmussen informou que era mais correto e honroso para o filho mais velho ajudar seus pais a cometerem suicídio. Qualquer outra coisa era sinal de desrespeito. Ele conta o caso de uma família com quem estava viajando em pleno inverno de 1921, em que a velha mãe da família decidiu que não poderia continuar viajando. Para honrá-la, o filho construiu-lhe um iglu sem saída e ela sentou-se nele confortavelmente. Depois disto, a família inteira cantou músicas de despedida ao redor do iglu durante toda a noite e continuou a viagem na manhã seguinte. Isto é homicídio na visão ocidental, mas também é o maior ato de justiça para os esquimós." (SHIRLEY, Robert. Antropologia Jurídica. São Paulo: Saraiva, 1987. p. 12)
"Outra lei esquimó foi relatada pelo antropólogo Knud Rasmussen (Intellectual culture of the Iglulik eskimos. in: Reports of the Fifth Thule Expedition - 1921-1924), da Groenlândia, em 1929. Uma regra geral de todas as sociedades esquimós é: em épocas de privações, geralmente no inverno, os indivíduos que não podem mais produzir ou caçar não devem comer. Portanto, às vezes, deixavam-se morrer crianças nascidas no inverno e, o que é também de se notar, esperava-se que as pessoas muito velhas, consideradas inúteis à sociedade, se matassem. Este era um dos mais sagrados deveres dos idosos: devido aos rigores do inverno e à escassez de alimentos, eles deviam sacrificar-se para que os demais membros do grupo pudessem sobreviver. Era bem possível, em tais casos, que os velhos perambulassem pela neve e desaparecessem. Porém Rasmussen informou que era mais correto e honroso para o filho mais velho ajudar seus pais a cometerem suicídio. Qualquer outra coisa era sinal de desrespeito. Ele conta o caso de uma família com quem estava viajando em pleno inverno de 1921, em que a velha mãe da família decidiu que não poderia continuar viajando. Para honrá-la, o filho construiu-lhe um iglu sem saída e ela sentou-se nele confortavelmente. Depois disto, a família inteira cantou músicas de despedida ao redor do iglu durante toda a noite e continuou a viagem na manhã seguinte. Isto é homicídio na visão ocidental, mas também é o maior ato de justiça para os esquimós." (SHIRLEY, Robert. Antropologia Jurídica. São Paulo: Saraiva, 1987. p. 12)
14/01/2012
Querer-poder-querer
Nem sempre a gente pode
Ser o que quer
E quem pode,
Não sofre
Como eu,
Até o fim.
Até não sobrar nada de mim
Acabou!
Ser o que quer
E quem pode,
Não sofre
Como eu,
Até o fim.
Até não sobrar nada de mim
Acabou!
13/01/2012
Um novo esporte (radical)
Em tempos de valorização dos esportes radicais, pensei num esporte novo. Um esporte que expressa bem a correria em que se vive no dia-dia e que seja útil a nos ensinar a viver di-fe-ren-te-men-te, urgentemente mas sem pressa.
Como hoje em dia não se tem mais tempo para pensar/refletir, somos obrigados a tomar decisões rápidas em meio às pressões e cobranças vindas de todos os lados. Embora isso traga uma coisa boa: não há mais culpa (ou não deveria haver) porque tomamos sempre as melhores decisões em cada momento específico, não podendo haver arrependimento. Se o momento fosse outro, provavelmente a decisão tomada seria outra. Ora, se não há mais culpa, não há mais pregação redentora.
Mas tenho a ligeira impressão de que estamos encontrando dificuldades pra lidar com essa nova realidade moral, haja vista o aumento crescente de doenças psíquicas e disturbios mentais (sem falar nas ansiedades e impaciências crescentes) e dos dircursos redentores da auto-ajuda, das mandingas e fórmulas mágicas e do aumento do consumo de drogas (lícitas e ilícitas). Há uma lição existencialista que deve ser aprendida e apreendida por nós que vivemos esse tempo tão acelerado: estamos sós e não podemos controlar o mal que as pessoas nos fazem, mas podemos (e devemos) controlar o alcance desse mal em nós. Nada do que realizamos ou deixamos de realizar pode ser cobrado de nós (nem por nós mesmos) porque fizemos o nosso melhor no contexto em que tomamos (porque tivemos de tomar) uma decisão.
O novo esporte a que me referi no título é uma condição de sair da vida enquanto ela se move, como um dublê que pula de um carro em movimento. Esse "sair da vida" pode ser compreendido num sentido amplo, desde sair da vida dos outros até sair da própria vida em que se vive (e essas duas coisas podem estar interligadas), ou simplesmente parar. Essa seria também uma forma de resistir à aceleração da vida cotidiana. Como todo esporte objetiva alcançar a vitória, nesse novo esporte (radical), ganha quem se jogar e resistir a todas as fraturas e ferimentos de sair aceleradamente (ou calmamente) de todas essas vidas aceleradas. E ainda conseguir ficar de pé.
Posso apostar que você vai conseguir!
Como hoje em dia não se tem mais tempo para pensar/refletir, somos obrigados a tomar decisões rápidas em meio às pressões e cobranças vindas de todos os lados. Embora isso traga uma coisa boa: não há mais culpa (ou não deveria haver) porque tomamos sempre as melhores decisões em cada momento específico, não podendo haver arrependimento. Se o momento fosse outro, provavelmente a decisão tomada seria outra. Ora, se não há mais culpa, não há mais pregação redentora.
Mas tenho a ligeira impressão de que estamos encontrando dificuldades pra lidar com essa nova realidade moral, haja vista o aumento crescente de doenças psíquicas e disturbios mentais (sem falar nas ansiedades e impaciências crescentes) e dos dircursos redentores da auto-ajuda, das mandingas e fórmulas mágicas e do aumento do consumo de drogas (lícitas e ilícitas). Há uma lição existencialista que deve ser aprendida e apreendida por nós que vivemos esse tempo tão acelerado: estamos sós e não podemos controlar o mal que as pessoas nos fazem, mas podemos (e devemos) controlar o alcance desse mal em nós. Nada do que realizamos ou deixamos de realizar pode ser cobrado de nós (nem por nós mesmos) porque fizemos o nosso melhor no contexto em que tomamos (porque tivemos de tomar) uma decisão.
O novo esporte a que me referi no título é uma condição de sair da vida enquanto ela se move, como um dublê que pula de um carro em movimento. Esse "sair da vida" pode ser compreendido num sentido amplo, desde sair da vida dos outros até sair da própria vida em que se vive (e essas duas coisas podem estar interligadas), ou simplesmente parar. Essa seria também uma forma de resistir à aceleração da vida cotidiana. Como todo esporte objetiva alcançar a vitória, nesse novo esporte (radical), ganha quem se jogar e resistir a todas as fraturas e ferimentos de sair aceleradamente (ou calmamente) de todas essas vidas aceleradas. E ainda conseguir ficar de pé.
Posso apostar que você vai conseguir!
12/01/2012
Poesia deitada em algum lugar que não se pode achar
Você deve estar aí,
Querendo me achar
Numa noite qualquer,
Numa notícia boa
Ou num toque de celular.
E estou aqui
Sem conseguir sair
De onde estou.
Onde estou?
*_*_*_*_*_*_*_
Mais uma foto do magistral Carlo Mollino.
Querendo me achar
Numa noite qualquer,
Numa notícia boa
Ou num toque de celular.
E estou aqui
Sem conseguir sair
De onde estou.
Onde estou?
*_*_*_*_*_*_*_
Mais uma foto do magistral Carlo Mollino.
11/01/2012
Ciclo da vida
Se um mosquito vive de sete a quinze dias,
Uma borboleta vive de duas a doze semanas
E o verão dura três meses...
Por que não respeitamos nosso ciclo?
Um ciclo é uma circular volante,
Em giro constante,
Sem repetir nenhum instante.
Um ciclo se inicia pelo fim.
É um fim sem fim,
Mais forte que a morte.
Nele não há sorte,
Só desígnios
Naturais.
Cada espécie tem seu ciclo,
E tantas etapas.
Uma borboleta vive de duas a doze semanas
E o verão dura três meses...
Por que não respeitamos nosso ciclo?
Um ciclo é uma circular volante,
Em giro constante,
Sem repetir nenhum instante.
Um ciclo se inicia pelo fim.
É um fim sem fim,
Mais forte que a morte.
Nele não há sorte,
Só desígnios
Naturais.
Cada espécie tem seu ciclo,
E tantas etapas.
10/01/2012
09/01/2012
O sol vai voltar a brilhar!
Depois de tanta chuva...
O sol vai voltar a brilhar!
E vai secar as lágrimas escondidas.
O sol vai queimar minha cara
Sem vergonha
E me deixar vermelho.
Quando me encarar de frente,
Vou ficar suado
E buscar a sombra de sempre.
Por enquanto, espero o sol voltar,
E aproveito pra me encharcar
Nessa água que molha meu rosto
Com todo gosto.
Para não esquecer a importância do lamento por mais um dia que vai pra longe de mim.
O sol vai voltar a brilhar!
E vai secar as lágrimas escondidas.
O sol vai queimar minha cara
Sem vergonha
E me deixar vermelho.
Quando me encarar de frente,
Vou ficar suado
E buscar a sombra de sempre.
Por enquanto, espero o sol voltar,
E aproveito pra me encharcar
Nessa água que molha meu rosto
Com todo gosto.
Para não esquecer a importância do lamento por mais um dia que vai pra longe de mim.
08/01/2012
Efeitos largados
Se eu engordar você me segura?
Você me atura?
Eu mesmo não me seguro
E me largo no seu largo sorriso,
No largo de São Francisco de Paula,
De onde eu vim sem saber.
Lá ninguém é de ninguém;
Eu não sou ninguém.
E todos andam largados,
Assim como eu.
Você me atura?
Eu mesmo não me seguro
E me largo no seu largo sorriso,
No largo de São Francisco de Paula,
De onde eu vim sem saber.
Lá ninguém é de ninguém;
Eu não sou ninguém.
E todos andam largados,
Assim como eu.
07/01/2012
Matar é morrer!
A sensação de matar alguém é indescritível:
O sangue pingando no assoalho num pinga-pinga enlouquecedor;
Os olhos virados de dor e medo;
O vazio da ausência desassistida;
A televisão ligada em algum programa desinteressante,
Também desassistida;
O barulho dos carros apressados anunciando a continuidade da vida igual...
A morte.
A sensação de se ferir é insuportável:
Tudo igual...
E a vida:
Atormentada até o fim com a dúvida da vida,
Pela dívida da vida retirada.
O sangue pingando no assoalho num pinga-pinga enlouquecedor;
Os olhos virados de dor e medo;
O vazio da ausência desassistida;
A televisão ligada em algum programa desinteressante,
Também desassistida;
O barulho dos carros apressados anunciando a continuidade da vida igual...
A morte.
A sensação de se ferir é insuportável:
Tudo igual...
E a vida:
Atormentada até o fim com a dúvida da vida,
Pela dívida da vida retirada.
06/01/2012
05/01/2012
Sinceridade e segundas intenções
Eu me abro todo pra você,
Mas você não me respeita
E me mete em cada situação...
Fico pensando em como nos damos tão bem
Se você não me deseja bem,
Não me leve a mal,
Mas com você só levo pau.
Mas você não me respeita
E me mete em cada situação...
Fico pensando em como nos damos tão bem
Se você não me deseja bem,
Não me leve a mal,
Mas com você só levo pau.
04/01/2012
Atrás do trio elétrico só não vai eu
Todo mundo tem uma experiência ruim.
Todo mundo tem duas,
Quem sabe três...
Ou até mais.
Já não tenho mais nenhuma.
Acho que morri.
(Mas sei que não).
Todo mundo tem duas,
Quem sabe três...
Ou até mais.
Já não tenho mais nenhuma.
Acho que morri.
(Mas sei que não).
03/01/2012
Mostra a cara!
Sai de trás dessa barba e mostra a cara!
Abre a boca e começa a falar.
E mostra a cicatriz que fiz.
Não há vergonha que esconda o orgulho;
Nem orgulho que revele a vergonha de ser quem se é.
Somos o mesmo de ontem.
E o que nos difere,
Em nada interfere,
Na nossa caminhada,
Pré-determinada,
A algum lugar:
A chegada é sempre uma charada!
Abre a boca e começa a falar.
E mostra a cicatriz que fiz.
Não há vergonha que esconda o orgulho;
Nem orgulho que revele a vergonha de ser quem se é.
Somos o mesmo de ontem.
E o que nos difere,
Em nada interfere,
Na nossa caminhada,
Pré-determinada,
A algum lugar:
A chegada é sempre uma charada!
02/01/2012
Palavras sentidas (ou "sobre largar-se e alargar os horizontes")
Palavras
Sem sentido
Não são mais
Que palavras!
Palavras sem...
"Sentido!"
São palavras soltas,
Como as sentimos!
Livres.
Sente
E só sinta
A vida
Sem palavras.
Sem sentido
Não são mais
Que palavras!
Palavras sem...
"Sentido!"
São palavras soltas,
Como as sentimos!
Livres.
Sente
E só sinta
A vida
Sem palavras.
01/01/2012
Novo ano?!
O ano mudou,
Mas as paredes continuam as mesmas.
Elas continuam aqui,
Se movendo sobre mim.
E as chances de escapar vão se esgotando,
Como o ano,
A cada ano.
E nem sei se posso reclamar
Ou se devo celebrar.
De qualquer maneira...
Até segunda-feira!
O ano mudou.
Mas as paredes continuam as mesmas.
Elas continuam aqui,
Se movendo sobre mim.
E as chances de escapar vão se esgotando,
Como o ano,
A cada ano.
E nem sei se posso reclamar
Ou se devo celebrar.
De qualquer maneira...
Até segunda-feira!
O ano mudou.