15/01/2012

Ando...

Ando...
Só ando.
Ando cansado,
Ando parando
Todos
A meu lado.
Ando nada mais.
Não sem você.
Como você vai,
Se não ando mais,
Como antes?
Vou morrer.
Vai, vai!
Ai!
Aaaaaaaaaiiiiiiiiii!!!!!!
[Choro por dentro e por fora]
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"Outra lei esquimó foi relatada pelo antropólogo Knud Rasmussen (Intellectual culture of the Iglulik eskimos. in: Reports of the Fifth Thule Expedition - 1921-1924), da Groenlândia, em 1929. Uma regra geral de todas as sociedades esquimós é: em épocas de privações, geralmente no inverno, os indivíduos que não podem mais produzir ou caçar não devem comer. Portanto, às vezes, deixavam-se morrer crianças nascidas no inverno e, o que é também de se notar, esperava-se que as pessoas muito velhas, consideradas inúteis à sociedade, se matassem. Este era um dos mais sagrados deveres dos idosos: devido aos rigores do inverno e à escassez de alimentos, eles deviam sacrificar-se para que os demais membros do grupo pudessem sobreviver. Era bem possível, em tais casos, que os velhos perambulassem pela neve e desaparecessem. Porém Rasmussen informou que era mais correto e honroso para o filho mais velho ajudar seus pais a cometerem suicídio. Qualquer outra coisa era sinal de desrespeito. Ele conta o caso de uma família com quem estava viajando em pleno inverno de 1921, em que a velha mãe da família decidiu que não poderia continuar viajando. Para honrá-la, o filho construiu-lhe um iglu sem saída e ela sentou-se nele confortavelmente. Depois disto, a família inteira cantou músicas de despedida ao redor do iglu durante toda a noite e continuou a viagem na manhã seguinte. Isto é homicídio na visão ocidental, mas também é o maior ato de justiça para os esquimós." (SHIRLEY, Robert. Antropologia Jurídica. São Paulo: Saraiva, 1987. p. 12)