24/01/2007

Há vida. Ah, vida!


O pensamento não pára. Mas o que faz a vida seguir ou a vida parar não é o pensamento. A vida continua, a despeito de qualquer pensamento, de qualquer reflexão ou alienação. Não chega a ser uma roda viva, como cantou Chico, mas há algo de determinístico no viver. Nem tudo é escolhido por mim, embora nos pareça interessante pensar assim. Pensar assim dá maior autonomia ao indivíduo, mas também o sobrecarrega mais. Afinal, se tudo é escolhido pelo indivíduo, ele será sempre responsável por seus problemas, por suas escolhas. Mas sabemos que nem sempre isso é verdade. Há coisas que não desejaria, mas que meu pensamento positivo (ou negativo) não tem poder para barrar. Por isso parece haver alguma coisa além da nossa capacidade de escolha. O que não significa dizer que não haja possibilidade de escolha individual. Há. Mas também há coisas que não escolhemos viver e vivemos, não há? Há.
Ah! O pior desse jogo de forças entre a nossa capacidade de escolha e as determinações da vida é que há um indivíduo no meio, você e eu, sofrendo, ansiando, gritando, calando... Mas se esta é a vida que somos chamados a viver e a suportar, que vivamos com esperança e responsabilidade, que suportemos com força e alegria. Esperando o bom resultado de nossas escolhas responsáveis; suportando firmemente as angústias da vida e transformando-as em gargalhadas em algum momento futuro. Porque as adversidades da vida não são maiores que a nossa capacidade de suportar. Pode acreditar em mim.