26/01/2007

Livre para escolher?!


Em minha última postagem falei dos constrangimentos da vida. Um colega me telefonou e disse que eu estava defendendo um híbrido entre a escolha racional e o determinismo social e que, portanto, eu estava em cima do muro. Pode ser mesmo. Penso que as duas coisas acontecem mesmo todos os dias em nossas vidas. Ora com maior ênfase e possibilidade pra um (a escolha do indivíduo), ora para outro (os constrangimentos da vida). Mas ele me falou outra coisa que concordo e que não posso deixar de salientar: "mesmo que sejamos constrangidos por alguma situação da vida, no final das contas podemos escolher o que fazer com este constrangimento". Realmente, embora sejamos levados às vezes a experiementar coisas que nem desejamos, podemos escolher o que fazer com essas experiências. De novo, não sem sofrimento ou angústia. Ele quis elegantemente me tirar do muro e me levar para o lado da liberdade de escolha e eu aceito. Na verdade não estava inteiramente no muro, talvez tenha dado apenas mais ênfase às determinações da vida por uma questão momentânea. Não sei se ficou claro, mas o que quero dizer é que escolhemos o peso que as determinações da vida terão em nosso viver. Uma experiência ruim (ou boa) do passado não pode nos aprisionar a ponto de reproduzirmos sempre uma mesma visão de mundo. Somos livres para resolver um trauma ou transformar nossa visão de mundo sobre algum aspecto da vida. Acho que viver é mesmo resolver problemas. E que é mais feliz aquele que mais consegue resolver problemas, afastar de si o mal.
Bom, a vida continua, com ou sem estas divagações, apesar da reflexão. E continua conduzida por pessoas de carne e osso, sujeito a crises, paixões, angústias... O que não podemos é deixar de interferir nos rumos da vida. O "deixa a vida me levar" não combina com quem quer viver uma vida responsável e autônoma.