17/03/2012

Imprecação final

Você nunca irá perdoar
O bem que realizei?
Quem é você?
O que esperava de mim
Era o que me sufocava,
Era macabra.
Não tenho medo de você,
Nunca tive.
E pra bem dizer,
Nunca terei.
Seu choro não passa de uma mágoa manchada
De uma garota mimada,
Que quer brincar de casinha com a realidade alheia.
Alheia a toda expectativa do outro,
Transformado em objeto
E acusado de reificar,
Sem objetar.
Nunca fui o melhor pra você.
E talvez por isso tenha sido.
Nunca nos demos bem,
Só torto,
Escondido
E rápido.
E você quis sempre mais:
Quis mais tempo,
Quis mais qualidade,
Mais espaço,
Rapidez
E controle.
Quis tudo pra você.
E teve o que merecia:
Solidão.
Pra aprender a não dispor do que não é seu.
E nunca será.
Vai em paz,
Leva sua raiva de mim
E minhas penas.
Aprende a viver
Sem me querer.
Vive sem vida o seu luto.
E depois, vai à luta.
Não movo mais um músculo contra você.
Só a meu favor.
Faça-me o favor:
Esquece, meu amor!