08/04/2012

Ciganos sigamos!

"Seremos livres quando sairmos daqui e ninguém souber onde estamos!" - trecho de uma das falas do filme "Liberté" (Korkoro, 2009).

Já tentaram guardar ciganos em recinto de pedra,
Com janelas de madeiras
E ideologias de vento em sopa.
Mas não se mantém errantes embalsamados.
Ciganos são nômades,
Sem nomes,
Nem dinheiros.
Mas são ricos,
Identificados (e identificáveis)
E parados no tempo.
Tocam a vida como uma rabeca,
Pulando nos calcanhares,
Cheios de olhares,
Cantorias,
Alegrias
E fantasias (realizáveis).
Rostos rotos,
Corpos encorpados (e desengonçados)
E múltiplos coloridos.
Sem vergonhas,
Sem destinos,
Sem limites...
Não há um,
Só o uno coletivo.
Não há barreiras,
Nem bandeiras.
Não há Estado que não seja de graça.
Não há leis,
Nem reis,
Só direitos,
Naturalmente vivos.
Nada nos faz mal.
Só a solidão
E a prisão.
Mas enquanto tivermos pés,
Haverá caminhos (pra sonhar).
A estrada é nossa casa!
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Poesia escrita após assistir ao filme Liberté (Korkoro, 2009).