Arnaldo Antunes, ex-Titãs, fez uma música, cantada pelo grupo Palavra Cantada, chamada "Criança não trabalha, criança dá trabalho". A ênfase da música é na denúnica e combate do trabalho infantil. No clipe da música as crianças que trabalham vendendo nos sinais, como engraxates e em tantos outros lugares vão abandonando suas atividades e acompanhando um grupo de crianças que caminham e cantam o refrão da música, "Criança não trabalha, criança dá trabalho". O trabalho infantil é mesmo uma coisa deprimente e vergonhosa. E a sociedade brasileira nem é uma das piores nesse quesito. Algumas sociedades asiáticas são mais problemáticas na exploração da mão-de-obra infantil. Mas não é sobre o trabalho infantil que quero falar. Quero me prender à segunda parte do refrão: "criança dá trabalho".
Recentemente foi noticiado a agressão que uma empregada doméstica sofreu de quatro jovens de classe média do Rio de Janeiro enquanto esperava um ônibus. É claro que em grupo faz-se coisas que não se faria individualmente, há uma menor inibição do indivíduo quando ele está em grupo. Mas isso tem limite. E o limite talvez não tenha sido dado no momento adequado por quem deveria (a família). E esse limite dos pais não vem porque eles se sentem culpados de não poder dar atenção aos filhos, já que trabalham cada vez mais e tem menos tempo a dedicar à criação dos filhos. Mas, como diz a música, criança dá trabalho. E dá mesmo.
Vivemos num tempo em que as crianças, que amanhã serão adolescentes e jovens, fazem o que querem e o menor sinal de repressão dos pais é visto como violência ou como geradora de traumas físicos e emocionais. O resultado é que constitue-se uma tirania da infância em casa e, como não poderia deixar de ser, nos lugares públicos. É a geração ilimitada, que faz o que quer, quando quer e como quer. O resultado está aí, na agressão sofrida pela doméstica, no massacre de Columbine, nas ameaças sofridas pelos professores por parte de seus alunos...
Vivemos num tempo em que as crianças, que amanhã serão adolescentes e jovens, fazem o que querem e o menor sinal de repressão dos pais é visto como violência ou como geradora de traumas físicos e emocionais. O resultado é que constitue-se uma tirania da infância em casa e, como não poderia deixar de ser, nos lugares públicos. É a geração ilimitada, que faz o que quer, quando quer e como quer. O resultado está aí, na agressão sofrida pela doméstica, no massacre de Columbine, nas ameaças sofridas pelos professores por parte de seus alunos...