03/05/2010

Fragmentos

Passeio pelas ruas olhando para os lados,
Tentando estabelecer significados.
Ando por aí observando tudo,
Cada fachada, cada lugar, cada pessoa...
Buscando entender o passado:
Por onde andei,
Onde passei,
Caí,
Sorri...
E percebo que os rastros não existem mais,
Senão na minha memória.
Nas minhas memórias.
E sei que nada disso tem valor.
Quer dizer, que só eu sei o valor.
Mas inda bem que as pessoas mudam,
Que as coisas mudam
E que eu também mudei.
Posso reconstruir as trilhas,
Cruzar caminhos novos
(E às vezes nem tão novos assim).
O caminhar novamente
(Mesmo sobre percursos velhos) é a própria novidade.
O novo reconstruído sobre o velho;
O novo erguido com o velho.
A convivência conflituosa e equilibrada,
Dentro de mim.
Em cada um de nós.
Caminhantes que rasgam o destino da vida.
Afinal, eu posso não respeitar a estrada.
Posso me embrenhar no mato,
Furar os pés,
Cair num buraco
Ou sofrer um revés.
Mas se eu quiser voltar pra estrada,
Eu posso.
No entanto, como sou teimoso,
Ando olhando para os lados,
Tentando juntar os cacos.