26/03/2010

Selvagem!

Você é selvagem!
Seus olhos penetrantes
Só não são mais marcantes
Que seus lábios instigantes.
E com essa boca
Você me devora.

Você fica aí escondida
Fingindo não me ver,
Sem piscar,
Nem respirar.
Você é fera!
E vive na espera.
Você é mansa!
(Só os mansos esperam)
Não é pra qualquer um.

Você é fera que traz no corpo
Os suplícios do outro.
Suplicando por um outro,
Suplicando por mim.
Você é fera que traz no corpo
As marcas do sol.

E quando me mata,
Fica aí deitada,
Sem fazer nada,
Amansada,
Saciada,
Digerindo sua comida.
Nessa hora,
A borboleta pousa na sua marca,
Esperando o momento de voar
Pra outro lugar.
(Ou o mesmo lugar)
E me levar.
_________________
(daqui a um ano...)