29/04/2011

Livros da minha vida

Minha vida é um livro aberto, por mim. Há até quem conheça algumas páginas. E não me importo que façam leituras escondidas de mim. Podem pensar o que quiser de mim. Sou assim, sem vergonha mesmo.
Minha vida não é um livro, é uma biblioteca, composta de muitos livros, de muitos tomos, envelhecidos e escritos por mim. Alguns andam jogados por aí.
Nessa biblioteca há romances, poesias, ficções, contos, anedotas, memórias, tragédias, comédias, causos e... Visões. São muitas visões, mas muito mais as minhas visões, minhas interpretações. Muitas delas são equivocadas. E não me canso de errar!
De vez em quando encontro alguns volumes perdidos. Não gosto de manuseá-los porque a rinite ataca e a memória também. E aí, não me saio bem.
Mas às vezes não resisto e insisto em folhear: encontro páginas arrancadas, rasuradas, deterioradas, dobradas ou manchadas. Mas há também fotografias, pedaços de papéis, marcas de dedos, desenhos no corpo do texto, anotações de frases interrogativas, exclamativas e reticentes. Há marcas de traços e traças.
Hoje estava virando uma página da minha vida e encontrei um marcador, marcando pra sempre minha dor. Sem alívios ou prestígios. Sem graça. Desgraça!