06/04/2011

Meia-dúzia

Fico olhando o seis e acho que ele é perfeito demais, o cruzamento final da linha curva que começa com um ponto lançado no nada (ou que termina num lançamento espacial para o nada). Fico imaginando uma outra forma, mas não consigo mexer no que já existe. Parece perfeito demais! Resolvo subverter o que há, virando de pernas para o ar. O que era seis somou-se a mais três, de uma vez, virou nove. Novidade! Nova idade. Tenho medo do nove, acho bizarro ele sustentar tanto peso numa perna torta só. Parece que vai desabar a qualquer momento. O nove é o lado imperfeito do seis. Nada é perfeito! Noves fora, nada. Reviro o nove e volto ao seis. E mais, descubro que ele é tão perfeito que tem vergonha, que é tímido e humilde não gosta de orgulho, nem de barulho. (Eu também não!) Ele tem um codinome que serve pra esconder sua perfeição, é chamado de meia-dúzia. E quem acha que o seis é único, acertou. É o mesmo seis, com um disfarce, uma outra face.