26/04/2011

Boa companhia

Essa solidão que me assola,
Que me atormenta
E me enrola,
Busca no fundo
A sua companhia.

Essa solidão que me acompanha,
Cheia de artimanha,
Mostra que há espaço pra nós dois.
Mesmo que pra depois.

Desilusão,
A solidão que me consola,
Que me abraça
E me embala.

E vivo cantando o que vivo.
Vivo o que canto.
Vivo cantando em cada canto.
E canto pra viver
O meu querer.
Meu querer você,
Em todo canto,
Com todo encanto.

Ah, solidão,
Me abraça,
Me envolve,
Me acolhe...!
Porque ando perdido.
Perdido de amor,
Buscando me encontrar.
Em algum lugar.
Sem nenhum medo de errar;
Com toda vontade de acertar.
De acertar você,
De trazer você pra longe de mim
E levar você pra perto de mim.
De viver tão perto
Que nem me veja mais.
Até mais!
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"O povo sente saudade dos sambas de dor de cotovelo", disse Zeca Pagodinho no final do ano passado. Baseado nessa declaração, escrevi essa poesia. Afinal, um sociólogo tem de ser sensível e atender a vontade popular.