17/04/2011

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Fico deitada de lado, pensando nas mentiras que contei, nas ciladas que me armei, no quanto me entreguei, nos cantos em que amei. Em cada sorriso torto, que torturava a razão e entortava a emoção, expressando algo tortuoso que fiz a nós. Nós que sempre apertam um engodo, que amarram um erro, que em segredo vivo. Em segredo seguindo vivo. Um segundo em segredo, morro. Morro cheio de favelas. Morro cheio de vielas. Morro cheio de velas. Todas em mim. E subo aos céus, arrependido do que não fiz, desejando ser feliz. E resolvo voltar a viver, reviver. Voltar e viver, re-viver. Mesmo morto e sem coragem. Mesmo morto tem saudade! Vivo de verdade. Vivo de mentiras. E elas me constrangem e consolam. E é por isso que eu vivo. Morto de saudades. Sempre foi assim: início, meio e fim.