23/05/2012

Direito de amar

Eram dois amigos que não podiam viver longe.
Mas não podiam viver perto
Dos olhares curiosos,
Maldosos...
E para o bem de muitos,
A morte os separou.

Ele aguentou só
O peso da saudade
E a vida de professor.
Desejou morrer,
Desejou viver
Ao lado do seu amor,
Que nunca voltou.

Era só um professor metido
E bem pago,
Cheio de temores
E rancores.
Mas que reencontrou seus amores
Em vidas dispersas,
Em trilhas incertas.

Às vezes coisas horríveis têm a sua própria beleza.
E é preciso resignar,
Desfrutar
E recomeçar.
Tudo é exatamente do jeito que deveria ser.

Até você.
E todo temor
Alimenta um controlador.

Por que, então, temer a solidão?
Por que temer o direito de lutar para amar?
Lutar já é amar!
E amar não é lutar,
Mas (com)partilhar.
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Inspirado no filme Direito de Amar (2009), de Tom Ford, com Colin Firth realizando brilhante atuação no papel principal.