08/05/2012

Vida longa às borboletas!

No tempo das borboletas,
Não se voava muito longe do chão.
Mas a esperança nunca morria
E a alegria estava no olhar.
Ou numa piscadela.
Quando as borboletas voavam,
As mãos se levantavam
E os corações se entrelaçavam,
Esperando-as voltar
Com as notícias sobre o que viram no fim.
Se casulos não prendem borboletas,
Pauladas não as derrubam!
E ainda há quem as vê por aí,
E que siga atrás delas.
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Homenagem às memórias das irmãs Mirabal, assassinadas a pauladas, em 1960, durante a ditadura do presidente Trujillo, na República Dominicana. E a todas as demais memórias que ficaram fragmentadas e espalhadas por aí. Não se pode prender as borboletas. Nem se deve deixar prender por elas. Quando as borboletas (as idéias) voam, na realidade se confundem os olhos. E a vida passa mais devagar, só pra vê-las passar. Não há saudade que traga de volta o que passou! E olhar de frente pra trás é reverenciar a memória, é louvar a beleza que ficou gravada numa vida curta. O filme "No tempo das borboletas" (2001) retrata parte da vida (e da morte) das irmãs Mirabal.