29/09/2010

Não quero mais esperar

Não sei mais o que espero.
Não sei porque espero.
Não sei se espero.
Não tenho mais idade pra esperar:
Sofro daquela intolerância típica das gerações mais velhas,
Da impaciência com esses jogos de azar,
Com essa racionalidade distante.
Sou da época do carinho e da flor.
Hoje tudo é espetáculo.
Hoje não quero mais aguardar,
Nem sequer um instante.
E sei que nada será como antes.
Também não quero seguir em frente:
Quero parar agora,
Quero pular fora.
Um humanista sofre com tanta desumanidade,
Com tanta insensibilidade.
Nada hoje me compadece.
Hoje é o fim:
O ciclo não vai se fechar.