08/08/2011

¬¤ʋɔʋᴚɏ!

Abro o vidro de azeitonas pretas
E bebo todo o líquido.
Adoro maltratá-las,
Deixá-las a seco.

Abro a garrafa de cerveja holandesa
E despejo tudo no ralo.
Depois encho d'água até em cima
E coloco uma flor pra você.

Abro a janela da frente
E penduro uma toalha verde no parapeito.
Quando não tenho uma,
Penduro duas.

Abro a porta de casa até o canto
E espero entrar alguma pessoa nova.
Mas só os ratos deixam rastros.
E como o queijo da ratoeira antes que acabe tudo.

Abro a boca pra falar poesias,
Mas o bafo é maior.
E vendo os olhos pra não cair.
Continuo parado no mesmo lugar.

Abro a mão pra você cair
E vejo que tenho calos.
Mas não sei usar a mão pra bater.
Então, afago meu ego.

Sei que você não compreendeu nada que disse.
Também não sei voar,
Mas as loucuras são ótimos pontos de interrogação.
E nunca deixo os chinelos na porta.
Imagem: Pintura de Paul Klee
(¬¤ʋɔʋᴚɏ)