18/08/2011

Catando e contando

Preciso ir às ruas,
sair às catas.
Até encher o saco
com restos e latas.
Pra vender
e viver.
Viver não é sobre-
viver, humano sob
humano é sub-
humano.
E vivo nisso até morrer.
Mas morrer não é fácil.
É tátil,
é tático,
prático.
E pratico todo dia.
Sem fim nenhum.
Só praticar.
Só pra ticar
cada dia:
cada dia um
de cada
vez.
E isso ninguém me dá,
ninguém se dá.
Então...
Preciso ir à ruas...
Mais uma vez,
porque isso não tenho.
Nem voz.