23/12/2011

Perco você a cada encontro

Vou pra encontrar você,
Mas não encontro mais.
Vou atrás de você
Com seu aspecto claro em mim,
Mas você some na multidão.
Olho em todos os lugares
(Pa-ci-en-te-men-te),
Mas não acho quem deixei.
E nem sei o que perdi
Até aqui.
Sigo cauteloso
E aflito,
Olhando para todos os lados,
Buscando desesperado.
Mas nada de você!
Corro,
Suo,
Abaixo,
Canso...
E paro.
Apóio as mãos na cabeça,
Levanto os olhos para o meu céu
E grito desesperadamente,
Buscando meu chão.
Grito sem saber pra quem,
Sem encontrar ninguém.
E sem me encontrar também.
Então, resolvo perguntar
Se alguém pode me ajudar:
"Você viu...?";
"Ei, você sabe...?"
Mas ninguém me atende,
Ninguém me entende:
"Sinto muito, não posso ajudá-lo!";
"Sou novo aqui!";
"Não sou daqui!"
Vê-se!
E continuam seus passos apressados,
Correndo pra algum lugar
Onde possam se encontrar.
Sem notar que o desprezo que trazem
É que faz com que as coisas se acabem.
É difícil mesmo reconhecer
Quem não se conhece!
Ah, Macaé,
Por onde anda você?
Por que foge de mim?
Pra onde foi tua beleza?
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Imagem: Macaé de antigamente. Macahé, como se escrevia até o início do século XX. Saudades!