02/12/2011

Desigualdade armada

Sociedade de consumo,
Consumada.
A explosão da pólvora
Confundindo a razão,
Perfurando a carne
E aumentando a repressão.
São vidas partidas
Para todos os lados.
E quem não tem lado
Se torna presa fácil
Do conservadorismo moralista
Que concorda com a corda
No pescoço do moço
Pobre:
Pobre pensamento torto,
Pobre moço! Vai!!

Vai pra cadeia,
Acende a candeia
E com o bagulho na mão
Se confunde com o chão
De estrelas projetadas,
De escolhas obrigadas
E projéteis espalhados.
E o tapete social se estende sobre si,
Cheio de discursos,
Poucos estudos
E muita grade.
Mais grades!
A escravidão dessa classe:
Correntes históricas,
Cotidianas,
Para manutenção
Da mesma condição.

E quando o sino toca
Ou estoura o rojão,
Mais uma vida vai ao chão.
Mais uma,
Só mais uma.
E nada mais.
Nada mais que obrigação
De uma polícia-ladrão
Que precisa controlar
Os sub-cidadãos:
Sem reconhecimento,
Sem visibilidade
E obrigados a obedecer,
A agradecer:
Obrigado,
Obrigado,
Obrigado!