20/12/2010

Deriva

Minha casa sempre foi volante,
Circulante.
E me circundava de modo agradável,
Me tornando inabalável.
Minha casa não é mais a mesma.
Ela nunca foi minha.
E sigo atento,
Em meio ao tormento,
Esperando o momento:
E nem sei se vem;
E nem sei se volta.
O vento me leva pra onde sopra.
E quando não se sabe o que se quer,
Qualquer um pode meter a colher.
A deriva parece ser o estado certo
E as pedras passam bem perto.
Mas busco me guiar
Tentando imaginar,
Pensando em arriscar.
Mas sem querer sair do mar,
Que é o meu meio.
Que é o meu fim.
Mas faço previsões olhando as estrelas,
Que são muitas.
Tantas que me confundem.
E não sei se vejo certo
O que está por perto,
O que está sobre mim.
Mas olho mesmo assim,
Com vontade de entender,
De compreender.
Com vontade de abraçar,
De acertar,
Ou errar,
De me soltar.
Só não sei onde vou parar,
Não sei se vou parar
De vagar.