10/12/2010

Transtornos de uma alma cansada

Deito pra dormir e não consigo, fico ouvindo o barulho do meu cabelo a crescer. E meu estômago a ferver. E fico imaginando como poderia ser o que não foi, nem nunca será. E sinto o diamante duro meu peito dilacerar. De cima abaixo; de lá pra cá. Vai. Vai que vou atrás. Até a porta bater na minha cara. E fico do lado de fora andando em círculos, buscando meu próprio rabo. Até me cansar e deitar. Nesse corpo fraco, as idéias vem e vão. E apago de lado com a cara no chão. E ninguém me acha são. Se você também acha que esse texto não tem nexo, nem sexo, ou que estou louco, é porque não esteve em minha sala nesses dias. Minha sala é o abrigo violado do meu ser. Mas as coisas vão melhorar. E só me pergunto, pra quem?
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Imagem: Homeless (morador de rua, sem-teto). A indignidade não está na pobrreza, mas na desigualdade. Uns com tanto, outros com tão pouco.