18/12/2010

Ensino-aprendizagem e vice-versa

Woody Allen, numa cena esplendorosa de seu filme Crimes e Pecados, leva sua sobrinha ao cinema e na saída, enquanto esperava um taxi em meio a uma chuva torrencial, vira-se pra ela e diz que iria "lhe dar a lição do dia: não ligue para o que os seus professores disserem, não preste atenção. Apenas veja como são. É assim que aprenderá sobre a vida". Que peso, não? E que verdade!
Se todos os alunos resolvessem seguir o conselho de Woody Allen, daríamos menos valor aos conteúdos desenvolvidos em sala de aula e mais atenção às relações sociais. Mas, por outro lado, quanta frustração não seria produzida ao perceber-se que a autoridade do professor esbarra em sua própria vida! Embora isso também fosse bom para desconstruir mitos e ilusões.
Melhor ainda seria se os professores também se sentissem alunos, e buscassem conhecer mais. Há tanto por aprender também com os alunos... E se eles soubessem o quanto podem ensinar, limitariam a arrogância professoral. E as aulas seriam mais dialoguais, mais participativas, mais humanas. Quem sabe não começamos a mudar essa relação de ensino-aprendizagem?