26/12/2010

Trepa-trepa

Carinhosamente ela chega.
Maliciosamente se encaixa.
E se beijam ardentemente
Até que ela toma a frente.
Nus braços fortes,
Duramente castigados e castigantes,
Sentam na mesa para comer.
Mas nunca se fartam.
Caem no chão,
Em plena união.
Sem castidade,
Nem piedade.
As roupas estão jogadas,
As pernas, emboladas.
E as razões,
Perdidas em algum lugar.
E não se quer achar.
Vão a outro lugar pra sentar:
Ele vai primeiro
E senta ligeiro.
Ela o abraça e senta em cheio,
E esconde inteiro.
E começa a cavalgar
Até cansar.
E suados escutam a respiração ofegante
E a gargalhada extasiante.
E esse não é o fim.
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Imagem: Duas Figuras, aquarela de Egon Schiele (1917).