09/12/2010

Tragédia

Esse conto é quase real. Mas não é como outros, não é igual. Quem gosta de ver as coisas retas e organizadas, melhor evitar a leitura dessas linhas tortuosas. Trata-se de um conto cheio de sangue, crueldade e desilusão. Mas quem quer uma cena real, leia até o final.
É a história de um casal, que não vai chegar ao final. Ele estava elaborando um plano e ela estava comemorando mais um ano. Chegaram em casa as três. E ela saiu as seis, de uma vez. E nunca mais se ouviu falar, daquele casal do oitavo andar. Mas voltemos às três, para reconstituir o que se fez. Ao abrir a porta e encontrar a sogra, ele começou a esbravejar. A sogra saiu bem devagar. E a briga se transformou em acusar. Ela sofria com o que ouvia. Ele se deleitava com o que falava.
Ele amarrou a mulher no canto, com a ajuda do seu santo. E foi amolar a faca, com toda raça. E quando chegou a hora de imolar, ele parou para mijar. Foram alguns segundos, suficientes para que ela desse uns pulos. Quando voltou pra sala, ela já não estava lá. Havia pulado até a sala de jantar. Ele a encontrou no chão e teve ali sua última relação.
No meio da embolação, deixou cair a faca da mão. Mas nem percebeu, porque só pensava no que era seu. E queria gozar, sem se refrear. Mas ela, muito esperta, fez a coisa certa: sussurrou palavras no seu ouvido, aumentando sua libido. E quando veio o gozo afinal, veio também o dia final. A faca que estava no chão, atravessou o pescoço dele numa fração. Golpe certeiro, derradeiro. Ele caiu de cara no chão. E com um sorriso no rosto, virou um homem morto.
Ela que antes estava celebrando, saiu daquela casa se arrastando e chorando. Ela foi presa, julgada e abssolvida. Agira em legítima defesa, afinal estava amarrada e sendo estuprada. E ele que queria se livrar dela, conseguiu. Agora está longe, nem sei onde. Mas ambos estão na pior: ele porque queria ter ficado e ela porque não queria sua vida ter tirado. O ser-humano é um bicho desumano. Pede para a relação acabar, mas quando isso acontece, começa a reclamar. Vai entender!
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Baseado numa sabedoria popular: "quem planta vento, colhe tempestade!"