25/02/2007

Darwin e o capitalismo


Há muito tempo me intriga a massificação da idéia de que Darwin criara a teoria da seleção natural das espécies, em que os mais aptos, "os mais fortes", sobrevivem, e os menos preparados, sucumbem. Charles Darwin foi o grande responsável pela criação e divulgação das idéias evolucionustas através da publicação do livro "A origem das espécies", que foi um sucesso. Mas ele escreveu outro livro, chamado "A origem do homem e a seleção sexual", que foi um fracasso.
Se atentarmos para a relação do primeiro livro com os interesses capitalistas, poderemos entender a razão de seu sucesso e do fracasso do segundo. A idéia de competição entre os homens faz parte do doutrina liberal. Quando Darwin enuncia a teoria da seleção natural das espécies, o Liberalismo assume e divulga essas idéias porque elas naturalizariam, tornariam natural, parte da natureza humana, a disputa entre os homens. Os homens são competitivos não porque querem, mas porque é da natureza humana. A ideologia da competição inata dos homens se firmou também na teoria evolucionista.
Por outro lado, o segundo livro de Darwin colocava em cheque o próprio capitalismo, quando ele afirmava que o mais apto não era o mais forte, mas o que tinha melhor desempenho sexual. O mais forte no sistema capitalista é o que detém maior poder econômico, não há dúvidas. Mas e o mais apto sexualmente num sistema capitalista? Provavelmente os capitalistas, preocupados com a reprodução de seu capital, não teriam muitas condições de ser bons amantes também.
A consagração da teoria da seleção natural das espécies, foi promovida também pelos capitalistas. A idéia da seleção sexual era uma ameaça à reprodução do capital e à própria doutrina liberal.
Deu pra entender? A teoria da evolução das espécies foi promovida pelo capitalismo como meio de se estabelecer e perpetuar.
Fui!