16/02/2007

Presente

Quero falar sobre dar e receber presentes. Nem vou me referir ao estudo de Marcel Mauss sobre a relação dos atores sociais envolvidos em dar e receber presentes. Ele chamou seu trabalho de "Ensaio sobre a dádiva", que já é um clássico das ciências sociais, e é lindo.
Quero tocar nesse tema porque alguém anonimamente enviou um comentário à minha postagem anterior dizendo que na lei federal que instituiria a festinha de aniversário obrigatória às crianças, até pelo menos os 10 anos de idade, havia faltado colocar os presentes como necessários e indispensáveis a uma festa infantil. Quando escrevi a postagem anterior me pareceu óbvio que os presentes não podem ser dispensados. Mas o sr. anônimo tem razão, pois ainda há pessoas que vão às festas infantis com as mãos vazias.
Quem, quando era criança, nunca correu na porta para receber um convidado que chegava na expectativa de saber logo qual seria o presente? Ou quem nunca presenciou esta cena? E que decepção ao olhar as mãos vazias do convidado, ou ao receber apenas um tapinha na cabeça ou um aperto na bochecha. Depois dessa experiência ruim para a criança, a correria continua, a diversão continua, como se ela dissesse para si mesma: "não vai ser este cara-de-pau, este pão-duro, este insensível, que vai estragar minha festa!" É mais uma prova de que as crianças tem muito a nos ensinar!
Vamos incluir a necessidade de dar presentes às crianças na nossa lei federal. Elas merecem! Abaixo os adultos-de-mãos-vazias!