Ensinar é um verbo, uma ação, que pressupõe uma outra ação, e não apenas uma reação como poderia supor alguém que tomasse uma das leis básicas da física newtoniana ("toda ação corresponde a uma reação"). A ação que é necessária quando se ensina é a de aprender.
Em alguns idiomas, por exemplo, ensinar e aprender vêm da mesma raiz etimológica, como que indicando que não há ensino sem aprendizagem, e vice-versa. E mais, indicando que não há quem ensine que também não possa aprender. E não há quem aprenda que também não possa ensinar. Ensinar e aprender não são ações estanques, separadas. São ações complementares. Ensinar não é ativo e aprender, passivo, como se supunha há um tempo. Age quem ensina e age quem aprende.
Se não houver disposição para ensinar e disposição para aprender, não haverá o encontro mágico da produção de conhecimento. O conhecimento é produzido na junção destas duas ações (ensinar e aprender) que às vezes tem direções opostas e às vezes seguem na mesma direção. Mas nunca deixam de ser realizadas, sob pena de não haver produção de conhecimento. Nesta perspectiva, muitas de nossas técnicas e métodos de ensino e de nossas relações em sala de aula (por exemplo, "professor fala e aluno ouve") são improdutivas ou estão ultrapassadas.