23/03/2007

Joe Hill na luta com os trabalhadores


Joe Hill foi um dos pioneiros da música de protesto no mundo. Joe Hill nasceu Joel Haaglund, em 1879, na Suécia. Migrou para os Estados Unidos em 1902, depois que seus pais morreram. Com seus pais, que eram muito religiosos, aprendeu a tocar alguns instrumentos, como acordeão, piano, violino e violão. Trabalhou em Nova Iorque e depois foi para Chicago. Mudou seu nome para Joe Hill depois que foi demitido e colocado na lista negra das empresas da região, taxado de "agitador", porque ele organizava os trabalhadores para lutar por seus direitos. Em 1910 uniu-se a uma instituição que lutava pelos direitos dos trabalhadores da indústria no mundo todo, a IWW (Trabalhadores Industriais do Mundo).
Foi no movimento sindical que ele começou a compor e cantar músicas de protesto contra as condições de trabalho dos operários americanos. O operariado adorava as músicas de Hill, principalmente porque se identificava nas condições de trabalho denunciados por ele. Dentre as músicas que ele compôs e cantou, destacam-se "The Rebel Girl", "The Preacher and the slave" e "Casey Jones - The Union scab". Em "The Rebel girl" ele faz uma homenagem a uma líder do movimento operário, Elisabeth Gurley Flinn, considerando-a uma mulher firme de suas convicções e chamando a atenção para a importância das mulheres para a causa operária. Em "The Preacher and the slave" ele zomba da atitude religiosa de esperar as bençãos dos céus e conclama os trabalhadores a marchar unidos pela conquista da liberdade. Ele vai chamar os trabalhadores de escravos que precisam se libertar. Finalmente, em "Casey Jones", Hill faz uma paródia sobre os acontecimentos reais que levaram à morte de Casey Jones, um engenheiro que ficou famoso após morrer num acidente de trem em que pilotava tentando chegar o mais rápido possível a seu destino final, cumprindo as ordens do "patrão". Jones trabalhara uma jornada maior do que deveria para cumprir o cronograma de viagem do trem. Segundo Hill, Jones não passava de um fura-greve, de alguém que abriu mão da luta coletiva e que acabou morrendo sozinho. Era o exemplo a não ser seguido pelos trabalhadores.
Apesar dos protestos públicos, em 1915, Hill foi executado com tiros no peito pelo Estado de Utah, num processo até hoje confuso, depois de ter sido acusado e condenado de ter assassinado o proprietário de uma loja de Salt Lake City. Mais de 5 mil pessoas compareceram ao funeral de Hill e cantaram algumas de suas músicas.
Imagine um trabalhador como Joe Hill, no início do século XX, cantando músicas de protesto em portas de fábricas, em entradas de minas de carvão, em frente ao comércio... Fez diferença.