06/03/2007

Skate or die!

Quem era adolescente na década de 80 ou curtia andar de skate naquela época, sabe o que significa "Skate or Die!".
Gritávamos o jargão "skate or die!" antes de arriscar uma manobra ou na hora de descer a rampa (dropar). Era uma maneira de tomar coragem, de vencer um obstáculo que por um momento nos parecia intransponível, de jogar pra fora o medo gritando para o obstáculo que ele seria vencido.
Ao pé da letra, "skate or die!" significa algo como "andar de skate ou morrer!". Ou "prefiro morrer a deixar de andar de skate". Ou ainda, "andar de skate é enfrentar a morte". Parado que não se podia ficar. Ou enfrentávamos os desafios que se colocavam à frente ou não deveríamos mais andar de skate, porque andar de skate era, para nós, enfrentar desafios.
O final dos anos 70 e os anos 80 foram cheios dessas frases de efeito com o tema da morte: "Punks not dead" (algo como "uma vez punk, punk até morrer"); "Live and let die" ("Viva e deixe morrer", que foi um dos sucessos de James Bond) etc. O que se estava questionando era o limite do homem. Foram nos anos 80 que apareceram os precursores da geração experimental dos anos 90, que não tiveram medo de enfrentar e desafiar circunstâncias e limites humanos (grunge, bung jump etc.).
Falei tanto para chegar ao final e dizer que precisamos de frases prontas às vezes. Principalmente dessas frases gritadas que nos faz ter coragem para ir adiante. Porque às vezes a circunstância é mesmo desencorajadora, é difícil. Não é questão de auto-ajuda, mas de tentar encontrar forças para fazer o que é preciso ser feito, para tomar uma decisão. De ouvir umas palavras que nos encoraje, mesmo que elas venham de nós mesmos. Quem sabe gritar, "não vou deixar essa idéia morrer!"; ou "se as coisas continuarem como estão, é o fim!"; ou ainda, "vou tomar essa atitude mesmo desagradando à maioria, porque sei que é a certa"; ou simplesmente, "Senhor, me dá forças!", "socorro!", "alguém me ajude!", "é agora ou nunca!"...
Didi, esse é pra você, no seu dia. Parabéns!